Novak Djokovic vence a mais longa final de Wimbledon

Foi o 16.º título do Grand Slam e quinto no torneio britânico do tenista sérvio.

Foto
Djokovic Reuters/POOL

Novak Djokovic conquistou o quinto título em Wimbledon após ganhar a mais longa final do torneio britânico de sempre, frente a Roger Federer. Diante do melhor tenista sobre a relva, o sérvio teve o enorme mérito de nunca deixar de acreditar, para impor-se nos três tie-breaks realizados, incluindo um inédito a 12-12 do set decisivo, e anular dois match-points. A resiliência de Djokovic fez a diferença para ganhar o derradeiro ponto ao fim de quatro horas e 57 minutos.

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Novak Djokovic conquistou o quinto título em Wimbledon após ganhar a mais longa final do torneio britânico de sempre, frente a Roger Federer. Diante do melhor tenista sobre a relva, o sérvio teve o enorme mérito de nunca deixar de acreditar, para impor-se nos três tie-breaks realizados, incluindo um inédito a 12-12 do set decisivo, e anular dois match-points. A resiliência de Djokovic fez a diferença para ganhar o derradeiro ponto ao fim de quatro horas e 57 minutos.

“Foi um enorme alívio no fim. É para isto que trabalhamos e vivemos. Estas vitórias dão valor a cada minuto que passamos no campo. Fisicamente o encontro mais exigente foi na Austrália, com Nadal [em 2012], mas mentalmente esta foi qualquer coisa”, confirmou Djokovic, após derrotar Federer, por 7-6 (7/5), 1-6, 7-6 (7/4), 4-6 e 13-12 (7/3).

Este é o 16.º título do Grand Slam do tenista sérvio de 32 anos, ficando a dois de Rafael Nadal e a quatro de Federer. “Parece que estou mais perto, mas eles também estão a ganhar slams. Esses dois são uma das minhas maiores razões porque eu ainda compito a este nível, motivam-me a fazer ainda melhor”, frisou o campeão.

Tal como nas duas finais anteriores entre ambos em Wimbledon, o set inicial foi discutido no tie-break. Djokovic serviu a 3/2, perdeu os três pontos seguintes, mas Federer não aproveitou a vantagem e cedeu os quatro pontos seguintes.

Só que o sérvio teve uma quebra de energia no segundo set e Federer aproveitou para assinar três breaks e igualar a final. Djokovic acabaria por reencontrar a solidez do set inicial e anulou com o serviço o único break-point da terceira partida, um set-point, a 4-5. Federer entrou mal no tie-break, permitindo que o adversário chegasse a 5/1 e mantivesse a vantagem.

Djokovic nunca perdeu nenhuma das sete finais do Grand Slam em que liderou por 2-1 em sets – e Federer nunca venceu nas oito finais em que esteve na situação inversa. Mas no quinto jogo do quarto set, Federer quebrou o adversário – o seu primeiro break desde o segundo set. O ascendente do suíço confirmou-se mas não fechou a 5-2 e, ao fim de duas horas e 47 minutos, Djokovic dispôs da sua primeira oportunidade de break, salvo no ponto mais longo do encontro de 35 pancadas. O sérvio teve uma segunda oportunidade e, finalmente, quebrou Federer, que na segunda vez em que serviu para fechar, não tremeu. E pela segunda vez na última década, a final masculina de Wimbledon foi decidida em cinco sets.

Djokovic, que venceu os três quintos sets em que defrontou o suíço, foi o primeiro a dispor de break-points, três, no quarto jogo. Mas seria na quinta ocasião que o sérvio aproveitou a falta de primeiros serviços de Federer para avançar para 4-2. Só que uma dupla-falta deu uma oportunidade para Federer voltar ao jogo.

Djokovic esteve várias vezes a dois pontos de ganhar a final (a 5-4 e 5-6) mas não evitou novo break a 7-7, que levantou o público das bancadas. Federer chegou a 40-15, mas precipitou-se nos dois match-points e o ascendente passou novamente para o adversário.

Depois de salvar dois break-points a 11-11, Djokovic encarou de forma confiante mais um tie-break – de acordo com a nova regra instaurada este ano em Wimbledon quando os sets decisivos atingem 12-12. Rapidamente, Djokovic distanciou-se para 4/1 e 6/3, antes de concluir e tornar-se no primeiro jogador desde 1948 a conquistar o prestigiado troféu após salvar match-points – em torneios do Grand Slam, o último foi Gaston Gaudio, no torneio de Roland Garros de 2004.

“Tento disputar o encontro na minha cabeça antes de entrar no court e tento imaginar-me como vencedor. Preciso de força interior, é uma batalha constante cá dentro, sempre a tentar desligar o mais possível do que se está a passar à volta. Quando temos a maioria do público do nosso lado, isso dá-nos energia; quando não, temos de procurar essa energia dentro de nós mesmos. Às vezes, tentamos ignorar o público e quando gritam ‘Roger’ eu oiço ‘Novak’”, explicou Djokovic que, ao defender o título em Wimbledon, igualou Bjorn Borg, com cinco triunfos, a três do recordista, Federer.

A 20 dias de completar 38 anos, o suíço surpreendeu por manter um nível elevado de jogo durante todo o encontro e não quebrou fisicamente, mostrando estar totalmente recuperado da intensa batalha de três horas com Nadal, na meia-final. Mas aqueles dois match-points, hão-de ficar na sua memória.

“Há muitas coisas positivas para tirar desta final. Não vou ficar deprimido depois de excelente jogo como este”, afirmou Federer antes de revelar: “Não sei se estou triste ou zangado depois de uma grande oportunidade perdida, nem acredito.”