Restam 250 mil chimpanzés no continente africano
Há 10 anos viviam cerca de dois milhões de chimpanzés em África. A perda do habitat e a exploração de madeira e recursos minerais são as principais causas da descida drástica dos números da espécie.
Apenas 250 mil chimpanzés vivem actualmente no continente africano, repartidos por 21 Estados, quando há 10 anos eram cerca de dois milhões, em 25 países, assegurou à agência EFE a directora adjunta do Instituto Jane Goodall, Laia Dotras.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Apenas 250 mil chimpanzés vivem actualmente no continente africano, repartidos por 21 Estados, quando há 10 anos eram cerca de dois milhões, em 25 países, assegurou à agência EFE a directora adjunta do Instituto Jane Goodall, Laia Dotras.
Este “muito drástico” declive populacional é provocado “sobretudo pela perda do habitat”, devido à exploração de madeira e recursos minerais”, com destino a países ocidentais, segundo Dotras. Entre esses recursos está um mineral usado na microelectrónica, telecomunicações e indústria aeroespacial, que nos últimos anos se converteu num material estratégico pela aplicação nestes fins.
A estes riscos há que somar a caça furtiva, uma actividade que, de acordo com a especialista, pode considerar-se “uma das maiores crises de biodiversidade” da era actual. A situação, na sua opinião, é “crítica” e, se não forem tomadas medidas urgentes, estes animais “não tardarão a desaparecer”.
Para evitar a extinção definitiva destes primatas em perigo é “essencial educar e fazer entender os problemas socioambientais locais” e poder, assim, trabalhar eficazmente na protecção do ambiente para “assegurar a sustentabilidade a longo prazo”, defendeu. O trabalho passa por incentivar o desenvolvimento sustentável em diferentes regiões africanas, por forma a garantir o bem-estar da população local, gerindo ao mesmo tempo de forma correcta os recursos naturais para melhorar o estado de conservação, tanto dos chimpanzés como do seu habitat.
“A pobreza e o desconhecimento induzem muitos africanos a usar os recursos do seu meio ambiente de forma insustentável”, asseverou Dotras. Assim acontece com o corte e queima de bosques, pelo que “muitas zonas ficam quase desertas e a terra já não se pode aproveitar para cultivar”.
Daí a importância da formação e educação ambiental das populações africanas para a conservação do ambiente e, portanto, dos chimpanzés, sustentou.