A doença da Amélia inspirou um negócio de biscoitos para cães
Feitos de farinha de aveia integral, mel, canela e banana, os Biscoitos da Amélia são confeccionados em Lagoa, na ilha de São Miguel, por uma “verdadeira apaixonada por animais”. Patrícia Varão resgatou Amélia de um canil.
Amélia, uma cadela traçada de golden retriever, foi abandonada num canil e ficou doente, mas acabou por ganhar um lar, onde a sua condição levou a dona a criar biscoitos que são agora um negócio nos Açores.
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Amélia, uma cadela traçada de golden retriever, foi abandonada num canil e ficou doente, mas acabou por ganhar um lar, onde a sua condição levou a dona a criar biscoitos que são agora um negócio nos Açores.
Patrícia Varão, residente em Lagoa, na ilha de São Miguel, define-se, em declarações à Lusa, como uma “verdadeira apaixonada por animais”. Há um ano e alguns meses deparou-se com uma fotografia daquela que viria ser a sua Amélia. Não conseguiu ficar indiferente e, no final daquela semana, resgatou a cadela.
Uns dias depois, porém, Amélia estava “apática e de gengivas esbranquiçadas”. Amélia, disse depois o veterinário, tinha contraído no canil uma gastroenterite e, possivelmente, parvovirose, ambas normalmente fatais em cachorros. Seguiram-se consultas diárias e exames que confirmaram que Amélia tinha os intestinos frágeis e o estômago não tolerava alimentos processados.
A partir deste diagnóstico, Patrícia começou a procurar alimentos tolerados pela cadela, uma vez que os patés, rações e biscoitos comercializados pelas grandes superfícies comerciais não eram adequados. Foi nesse percurso que nasceram os Biscoitos da Amélia.
Os ingredientes — farinha de aveia integral, mel, canela e banana — são todos tolerados pela cadela. “Os biscoitos que são feitos fora levam corantes, são processados, e a Amélia não os pode comer de forma alguma”, conta a dona.
“O segredo do negócio vem do amor pela cadela. Se não fazem mal à Amélia, não fazem mal a ninguém”, diz ainda Patrícia Varão, que não tinha, de início, o intuito de vender biscoitos. Incentivada por amigos, criou um “negócio familiar”. Actualmente, a micaelense diz não ter um espaço físico para vender os biscoitos e admite que isso “seria o concretizar de um sonho”. “Adoraria abrir uma loja e, daqui a uns tempos, chegar a um outro biscoito com outro sabor, mas tudo tem de ser muito bem pensado e bem estudado. Para já gostaria de manter os biscoitos como estão, tentar expandir mais um bocadinho o negócio”, declara.
Patrícia Varão diz ser frequentemente contactada por pessoas de Portugal continental em busca de biscoitos, além de ter recebido o interesse de uma possível cliente na Suíça que tem um cão com os mesmos problemas de Amélia. Porém, os portes de envio dos Açores para Portugal continental ou para o resto da Europa “acabam por representar um entrave, pois são mais caros do que os próprios biscoitos”, lamenta.