Portugal afasta Espanha e chega à final do Mundial pela 26.ª vez
Selecção nacional impôs-se por 4-2 no prolongamento, na segunda meia-final, e vai discutir o troféu com a Argentina.
A selecção portuguesa de hóquei em patins qualificou-se nesta sexta-feira, pela 26.ª vez, para a final do Campeonato do Mundo. Um triunfo sobre a anfitriã Espanha (4-2), alcançado no prolongamento, permitirá a Portugal lutar com a Argentina, no domingo (17h), por um título que lhe escapa desde 2003.
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A selecção portuguesa de hóquei em patins qualificou-se nesta sexta-feira, pela 26.ª vez, para a final do Campeonato do Mundo. Um triunfo sobre a anfitriã Espanha (4-2), alcançado no prolongamento, permitirá a Portugal lutar com a Argentina, no domingo (17h), por um título que lhe escapa desde 2003.
Em Barcelona, houve mudanças estratégicas de ambos os lados para este confronto de titãs. Do lado português, a construção passou a ser mais longa do que o que se vira diante de Itália, com passes diagonais para a tabela já no meio-campo ofensivo. Do lado espanhol, as linhas de pressão baixaram, “convidando” o adversário a adiantar-se para, posteriormente, tentar explorar o espaço nas costas.
Foi, porém, o momento da organização defensiva que imperou durante o primeiro tempo. Foram raras as situações de superioridade numérica e o melhor que Portugal conseguiu foi um par de remates com algum perigo, um dos quais, da autoria de João Rodrigues, foi travado por Sergi Fernández com uma defesa de alto nível.
O último minuto da etapa inicial acabou por ser o de maior sofrimento para Portugal. Primeiro por conta de um livre directo, que Jordi Adroher não conseguiu converter, depois por força do powerplay que coube a Espanha e que acabou por ser aproveitado nos derradeiros segundos. Assistência para a zona central e Adroher, livre de marcação, a desviar para a baliza de Ângelo Girão.
A reacção da selecção portuguesa após o intervalo foi promissora. Acelerou mais o jogo, mantendo as combinações que tinha tentado nos primeiros 25 minutos (João Rodrigues a procurar várias vezes a tabela para completar a triangulação com um passe de primeira, de costas, para o corredor central), e chegou ao empate aos 4’. Diagonal de Gonçalo Alves concluída com um remate imparável de fora da área.
Num jogo de tamanho equilíbrio, só a espaços as duas selecções se envolveram em transições e contra-transições. Mas foi isso que aconteceu pelos 10’, quando a segunda recuperação de bola portuguesa na mesma jogada gerou um contra-ataque assumido por Hélder Nunes: o remate de meia-distância acabou na tabela de fundo, mas a jogada não morreu aí. Portugal ganhou o ressalto, a bola voltou para trás, para Telmo Pinto, e o futuro jogador do Sporting assistiu João Rodrigues, ao segundo poste, para o 2-1.
Agora era a Espanha que tinha de correr riscos e Portugal estava obrigado a manter a organização defensiva que mostrara desde o início. Um penálti a favor dos anfitriões (por falta de Girão sobre Ferran Font) voltou a testar a qualidade do guarda-redes português, que ganhou o duelo com Albert Casanovas. Minutos mais tarde, foi Sergi Fernández a dar nas vistas: primeiro ao parar um livre directo de Hélder Nunes, depois ao fazer o mesmo a João Rodrigues.
Portugal desperdiçava duas bolas paradas, às quais juntaria uma outra oportunidade soberana, quando Hélder Nunes falhou isolado, após um passe de ruptura de Henrique Magalhães. Aproveitou a Espanha, com felicidade no ressalto à mistura, para chegar ao 2-2, a 1m31s do fim, por Ignacio Alabart.
Tal como acontecera diante da Itália, o jogo caía para o prolongamento. Nos cinco minutos iniciais, Espanha mostrou maior agressividade, mas seria Portugal a chegar ao golo, no arranque da segunda metade do tempo extra. Numa triangulação junto à área espanhola, Henrique Magalhães assistiu João Rodrigues e o avançado do Barcelona aplicou uma stickada cirúrgica, em zona central.
Com 3-2 no marcador, havia que conter o ímpeto adversário e explorar as transições. E apesar de Henrique Magalhães ter falhado o alvo, praticamente isolado, Jorge Silva não desperdiçou numa altura em que Espanha aumentou o nível de risco abdicando do guarda-redes e actuando com cinco jogadores de campo.
Confirmava-se o apuramento de Portugal para uma final em que encontrará a Argentina, algo que acontece somente pela segunda vez na história. Na anterior ocasião, em 1995, foram os sul-americanos a levar a melhor, por 5-1. O próximo capítulo está marcado para domingo à tarde, novamente no pavilhão Palau Blaugrana.