As ideias também se dançam
A liberdade, o consumo, a igualdade, o trabalho e a corporalidade serão temas explorados na Mostra de Artes Performativas em Setúbal. Oito dias, dez espectáculos. A partir de quinta-feira, há danças na cidade
A “humanidade” vai estar em palco por estes dias na Mostra de Artes Performativas em Setúbal (MAPS). De 11 a 18 de Julho, diferentes espaços da Baixa da cidade acolhem “artistas da região e companhias nacionais, com apresentações artísticas bastante distintas” e que exploram temas como “questões de género, a liberdade, o trabalho, o corpo enquanto ‘produto’, o olhar sobre nós próprios e os outros, os nossos sonhos e ambições”, descreve ao PÚBLICO Mónica Duarte, chefe de Divisão de Cultura da Câmara de Setúbal, organizadora da mostra.
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A “humanidade” vai estar em palco por estes dias na Mostra de Artes Performativas em Setúbal (MAPS). De 11 a 18 de Julho, diferentes espaços da Baixa da cidade acolhem “artistas da região e companhias nacionais, com apresentações artísticas bastante distintas” e que exploram temas como “questões de género, a liberdade, o trabalho, o corpo enquanto ‘produto’, o olhar sobre nós próprios e os outros, os nossos sonhos e ambições”, descreve ao PÚBLICO Mónica Duarte, chefe de Divisão de Cultura da Câmara de Setúbal, organizadora da mostra.
A começar, a Companhia Olga Roriz leva ao Fórum Municipal Luísa Todi o espectáculo A Meio da Noite (quinta-feira, 22h), “uma homenagem a Ingmar Bergman, aos actores dos seus filmes e intérpretes”. É o único espectáculo pago, os restantes são de entrada gratuita, requerendo apenas marcação (maps@mun-setubal.pt e casacultura@mund-setubal.pt).
Na noite seguinte, o Baile dos Candeeiros ilumina a Praça de Bocage (22h) com a Companhia Radar 360º. E a 13 e 15 de Julho revitaliza-se um espaço recentemente adquirido pela câmara, onde durante muito anos funcionou o Armazém de Papéis do Sado. Aí serão apresentados Perfect landscape — to let your (S)hit flows, Telma João Santos (dia 13, 22h), E-nxada, Companhia Erva Daninha (13, 22h30), The FALL, Inês Oliveira (dia 15, 22h), e Homem Delírio, Companhia Passos e Compassos (15, 22h30).
Com esta “amálgama performativa”, a organização tem a expectativa de que, “mais do que uma mostra artística, a MAPS seja uma forma de colocar o público a reflectir sobre a mensagem de cada espectáculo” e espera no final “ter a oportunidade de ver o público a debater e a dialogar entre si e com os próprios intervenientes”.
Diz Mónica Duarte, em declarações enviadas ao PÚBLICO por email: “Esperamos que se criem sinergias entre artistas setubalenses e as companhias convidadas, que descubram novos espaços de experimentação criativa e vontade de querer explorar outros que nunca nos ocorreriam no imediato.”
Mais um desejo: “Que este primeiro ano da MAPS seja o iniciar de um mapeamento artístico, que inevitavelmente passa pelos grandes equipamentos culturais de Setúbal, mas também permitem palmear a Baixa e o centro histórico da cidade, até aos espaços vazios que podem ser inspiradores para a criação artística de projectos futuros.”
Para os mais novos
No domingo, dia 14, há espectáculos à luz do dia e a pensar nos mais novos. Às 11h, o Jardim do Bonfim recebe Heart of a clown — Fric à Frac, com Catarina Mota, que às 16h ruma à Casa da Cultura, repetindo o espectáculo. Logo a seguir, às 16h30, na Sala José Afonso, é tempo de assistir à Sopa de Jerimu, CRL – Circolando, de Graça Ochoa.
“A criação de novos públicos é sempre uma das premissas do nosso trabalho, no entanto queremos ir mais longe e, além da criação ou captação de novos públicos (daí uma programação adaptada a diferentes públicos e idades), queremos ir ao encontro daqueles que não nos procuram, que por norma saem da cidade em busca de algo que os satisfaça culturalmente”, diz a responsável pela Divisão de Cultura.
Mónica Duarte está certa de que muitos cidadãos não “conhecem o que se faz em Setúbal e o potencial criativo que existe, não se apercebendo também que Setúbal está a fervilhar com novos criativos com uma vontade imensa de se fixarem na cidade e integrarem projectos culturais que já fazem parte da agenda ou impulsionar outros que valorizem o panorama cultural e artístico de Setúbal”.
Deste modo, a MAPS deseja, após esta primeira edição, criar oportunidades de “envolver a comunidade em projectos de criação artística, com estreias a acontecer na mostra”. Desafia assim os diferentes “criativos e performers para invadir vários ‘não-lugares’ da cidade que têm muitas histórias por contar e que precisam de ser ouvidas, vistas e vividas de forma criativa e através de diferentes manifestações artísticas”.
A Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal é também um dos equipamentos onde as performances acontecem nos dias 16 e 17 de Julho, às 22h, com Rita Vilhena, em #Vibra#Dor# Partícula Extravagante. A encerrar a mostra, no dia 18, a Companhia Teatro do Mar apresenta Insomnio, às 22h, na Praça de Bocage.
Mónica Duarte não tem dúvidas de que “a cultura pode acontecer em qualquer parte, apenas é necessário ter um olhar diferente sobre a cidade de Setúbal. Seja num equipamento cultural, seja na rua ou armazém, a criatividade é mutável, flexível e adaptável”. Siga a dança.