China exige que EUA anulem “imediatamente” venda de armas a Taiwan

O negócio, diz Pequim, é uma “interferência grosseira” nos assuntos internos da China que prejudica “a soberania chinesa e os seus interesses de segurança”.

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Tyrone Siu/Reuters

A China exigiu nesta terça-feira que os Estados Unidos “cancelem imediatamente” uma venda de 2,2 mil milhões de dólares de armamento a Taiwan, incluindo tanques e mísseis de defesa anti-aérea, que já foi aprovada pelo Congresso de Washington.

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A China exigiu nesta terça-feira que os Estados Unidos “cancelem imediatamente” uma venda de 2,2 mil milhões de dólares de armamento a Taiwan, incluindo tanques e mísseis de defesa anti-aérea, que já foi aprovada pelo Congresso de Washington.

A decisão deteriora ainda mais as relações entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo envolvidas numa guerra comercial.

Os Estados Unidos não têm laços formais com Taiwan, tendo deixado de reconhecer Taiwan e estabelecendo laços diplomáticos com a China há quatro décadas, mas continuaram a ser um aliado estratégico de Taipé e o seu principal fornecedor de armas, diz a Reuters. Legislação aprovada em 1970 obriga os EUA a fornecer meios de defesa a este Estado que a China considera ser parte do seu território. Nos últimos anos, porém, esta assistência militar tem sido moderada para evitar conflitos com Pequim.  

Segundo o documento aprovado pelo Congresso, os EUA pretendem vender a Taiwan 108 tanques M1A2T, 250 baterias portáteis anti-aéreas Stinger, munições e outro e equipamento de apoio.

Para o Governo de Pequim, a venda é uma “interferência grosseira” nos assuntos internos da China que prejudica “a soberania chinesa e os seus interesses de segurança”, disse em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, explicando que foi feita uma queixa formal através dos canais diplomáticos.

“A China insta os EUA a cancelarem imediatamente o plano de venda de armas e a pôr fim à relação militar com Taipé para evitar prejudicar as relações sino-americanas e perturbar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, disse Geng, citado pela Al Jazeera.

“Ninguém deve subestimar a determinação do governo e do povo chineses em defender a soberania do país e a sua integridade territorial”, acrescentou o porta-voz.

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, dissera em Março que os EUA estavam a responder positivamente ao pedido de venda de armas de Taipé, para reforçar as suas defesas perante as pressões da China.

Agora, a Presidente disse estar “sinceramente grata” ao governo americano. “Taiwan vai aumentar o investimento em defesa e continuar a aprofundar os laços relativos a segurança com os EUA e com outros países que pensam da mesma forma”, disse o porta-voz de Tsai Ing-wen, Chang Tun-han, citado pela Reuters.

Um porta-voz do Departamento de Estado, que supervisiona as vendas de armamento, disse à Reuters que o Governo Americano não comenta ou confirma potenciais vendas de armas.  

Em 2018, a Administração Trump emitiu novas regras sobre venda de armas destinadas a alargar o fornecimento a países considerados aliados, argumentando que ajudaria a criar empregos nos EUA ao reforçar a industria americana de armamento.

Segundo o Japan Times, na semana passada o Pentágono aprovou a venda de 34 drones ScanEagls (com capacidade de recolher infirmação sobre a actividade chinesa na região), da Boeing, à Malásia, Indonésia, Filipinas e Vietname, um negócio de 47 milhões de dólares.

A China reclama como seu território a maior parcela do estratégico Mar do Sul da China, considerando suas ilhas disputadas também pelo Brunei, Indonésia, Malásia. Filipinas e Vietname.

Na semana passada, em Singapura, o ministro chinês da Defesa, Wei Fenghe, advertiu os Estados Unidos para não interferirem nas disputas sobre Taiwan e o Mar do Sul da China.