Dois homens num balneário não tem de ser uma ficção homoerótica

Un Poyo Rojo não é o típico engate locker-room com que a pornografia gay construiu todo um imaginário, todo um género. A paisagem corporal, aqui, é mais paródica do que homoerótica — mas alguma coisa muito funda, muito universal, sai do armário neste espectáculo argentino entre o teatro físico e a dança contemporânea que agora chega ao Festival de Almada.

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Ishka Michocka

Em 2008, quando Nicolás Poggi e Luciano Rosso, então “uns miúdos”, começaram a preparar um número de 15 minutos para o serão mensal de variedades do Laburatorio – o centro cultural alternativo de Buenos Aires onde encontraram uma segunda ou mesmo uma primeira casa –, não lhes passava pela cabeça que 11 anos depois ainda estariam a escorrer gags, suor e testosterona no vestiário de ginásio ou de clube de bairro onde a história que nessa altura ainda era a deles, a da atracção de um homem por outro homem, se fixou numa forma teatral lapidar, num mega-sucesso que poderíamos dizer planetário, atendendo a que estamos em 2019 e Un Poyo Rojo continua a subir ao palco, na Argentina e fora da Argentina, a um ritmo de 60 a 200 apresentações por ano.

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Em 2008, quando Nicolás Poggi e Luciano Rosso, então “uns miúdos”, começaram a preparar um número de 15 minutos para o serão mensal de variedades do Laburatorio – o centro cultural alternativo de Buenos Aires onde encontraram uma segunda ou mesmo uma primeira casa –, não lhes passava pela cabeça que 11 anos depois ainda estariam a escorrer gags, suor e testosterona no vestiário de ginásio ou de clube de bairro onde a história que nessa altura ainda era a deles, a da atracção de um homem por outro homem, se fixou numa forma teatral lapidar, num mega-sucesso que poderíamos dizer planetário, atendendo a que estamos em 2019 e Un Poyo Rojo continua a subir ao palco, na Argentina e fora da Argentina, a um ritmo de 60 a 200 apresentações por ano.