Coimbra adjudica nova empreitada para recuperar estabelecimentos do Parque Verde
Trabalhos de construção de novo piso nos quatro bares custam um milhão e vão levar seis meses.
Depois de terem sido invadidos pelas águas do rio Mondego por duas vezes em 2016, os bares do Parque Verde, em Coimbra, têm a recuperação à vista. A Câmara Municipal de Coimbra adjudicou, nesta segunda-feira, a empreitada de reabilitação e reformulação da estrutura construída em leito de cheia à empresa Veiga Lopes S.A., para que possa funcionar mesmo em épocas de risco de subida das águas.
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Depois de terem sido invadidos pelas águas do rio Mondego por duas vezes em 2016, os bares do Parque Verde, em Coimbra, têm a recuperação à vista. A Câmara Municipal de Coimbra adjudicou, nesta segunda-feira, a empreitada de reabilitação e reformulação da estrutura construída em leito de cheia à empresa Veiga Lopes S.A., para que possa funcionar mesmo em épocas de risco de subida das águas.
O objectivo é acrescentar um piso superior ao piso térreo existente nos quatro estabelecimentos, numa empreitada que tinha já sido adjudicada, chegou a arrancar, mas parou devido a dificuldades financeiras da empresa responsável. Como consequência, a CMC tomou posse administrativa da obra e lançou novo concurso. A requalificação e ampliação desenhadas pelo atelier do arquitecto Camilo Cortesão (também autor do projecto do edifício original) vai custar um milhão de euros à CMC e levar 180 dias, a partir do dia da consignação do contrato.
A adjudicação foi aprovada com votos a favor do PS, CDU e de dois dos três vereadores eleitos pelo PSD. O vereador comunista, Francisco Queirós, mencionou que “neste momento”, o “maior interesse da cidade” é que a “obra avance rapidamente”.Houve três abstenções, entre elas as dos dois vereadores do movimento Somos Coimbra. José Manuel Silva anunciou que o movimento que encabeça só não votaria contra porque, “no presente, passou o momento útil do debate” e não queria ser acusado de “obstaculizar” ou de atrasar ainda mais o processo. O Somos Coimbra, referiu, “não se revê na solução adoptada” que mantém a cota da estrutura “vulnerável” a cheias. Acresce a “volumetria excessiva”, que o novo piso lhe confere.
No mesmo sentido, a vereadora do PSD, Madalena Abreu, voltou a questionar os critérios para a adjudicação do contrato. A responsável relaciona a selecção da proposta com o “preço mais baixo” com a “questão das obras enguiçadas” na cidade. Foi por isso uma das três abstenções.
Na mesma margem, um pouco a jusante, a empreitada para estabilização dos muros do rio Mondego conheceu mais um revés. Depois de ter sido consignada em Outubro de 2018 por 7,1 milhões de euros, os trabalhos foram interrompidos e o estaleiro de obra levantado, apesar de a avenida Cidade Aeminium, na marginal, continuar interrompida ao trânsito. A Opway, empresa que integrava o consórcio de empreiteiros responsável pela obra, foi declarada insolvente em Abril e Manuel Machado chegou a dizer, no final de Maio, que iria ser lançado novo concurso para a conclusão da obra.
No entanto, o Tribunal de Comércio de Lisboa anulou a decisão de insolvência, o que coloca a empreitada no impasse. O presidente da câmara de Coimbra está preocupado, mas é cauteloso. “A empresa está notificada para apresentar o programa de trabalhos. Têm de mostrar como vão recuperar o tempo para cumprir o prazo” estipulado no contrato, disse Manuel Machado aos jornalistas, no final de reunião de executivo. E o prazo era de 540 dias. Neste momento, o atraso da obra já vai em oito meses. “Vejo com preocupação a empresa não ter retomado já os trabalhos. Não vejo motivo fundamentado para ainda não o tenha feito”, afirmou. Para antecipar cenários, a autarquia está a “analisar soluções para o dia seguinte”, consoante a evolução da situação da empresa.