Coimbra adjudica nova empreitada para recuperar estabelecimentos do Parque Verde

Trabalhos de construção de novo piso nos quatro bares custam um milhão e vão levar seis meses.

Foto
As cheias foram em 2016 asm ADRIANO MIRANDA

Depois de terem sido invadidos pelas águas do rio Mondego por duas vezes em 2016, os bares do Parque Verde, em Coimbra, têm a recuperação à vista. A Câmara Municipal de Coimbra adjudicou, nesta segunda-feira, a empreitada de reabilitação e reformulação da estrutura construída em leito de cheia à empresa Veiga Lopes S.A., para que possa funcionar mesmo em épocas de risco de subida das águas. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Depois de terem sido invadidos pelas águas do rio Mondego por duas vezes em 2016, os bares do Parque Verde, em Coimbra, têm a recuperação à vista. A Câmara Municipal de Coimbra adjudicou, nesta segunda-feira, a empreitada de reabilitação e reformulação da estrutura construída em leito de cheia à empresa Veiga Lopes S.A., para que possa funcionar mesmo em épocas de risco de subida das águas. 

O objectivo é acrescentar um piso superior ao piso térreo existente nos quatro estabelecimentos, numa empreitada que tinha já sido adjudicada, chegou a arrancar, mas parou devido a dificuldades financeiras da empresa responsável. Como consequência, a CMC tomou posse administrativa da obra e lançou novo concurso. A requalificação e ampliação desenhadas pelo atelier do arquitecto Camilo Cortesão (também autor do projecto do edifício original) vai custar um milhão de euros à CMC e levar 180 dias, a partir do dia da consignação do contrato.

A adjudicação foi aprovada com votos a favor do PS, CDU e de dois dos três vereadores eleitos pelo PSD. O vereador comunista, Francisco Queirós, mencionou que “neste momento”, o “maior interesse da cidade” é que a “obra avance rapidamente”.Houve três abstenções, entre elas as dos dois vereadores do movimento Somos Coimbra. José Manuel Silva anunciou que o movimento que encabeça só não votaria contra porque, “no presente, passou o momento útil do debate” e não queria ser acusado de “obstaculizar” ou de atrasar ainda mais o processo. O Somos Coimbra, referiu, “não se revê na solução adoptada” que mantém a cota da estrutura “vulnerável” a cheias. Acresce a “volumetria excessiva”, que o novo piso lhe confere. 

No mesmo sentido, a vereadora do PSD, Madalena Abreu, voltou a questionar os critérios para a adjudicação do contrato. A responsável relaciona a selecção da proposta com o “preço mais baixo” com a “questão das obras enguiçadas” na cidade. Foi por isso uma das três abstenções. 

Na mesma margem, um pouco a jusante, a empreitada para estabilização dos muros do rio Mondego conheceu mais um revés. Depois de ter sido consignada em Outubro de 2018 por 7,1 milhões de euros, os trabalhos foram interrompidos e o estaleiro de obra levantado, apesar de a avenida Cidade Aeminium, na marginal, continuar interrompida ao trânsito. A Opway, empresa que integrava o consórcio de empreiteiros responsável pela obra, foi declarada insolvente em Abril e Manuel Machado chegou a dizer, no final de Maio, que iria ser lançado novo concurso para a conclusão da obra.

No entanto, o Tribunal de Comércio de Lisboa anulou a decisão de insolvência, o que coloca a empreitada no impasse. O presidente da câmara de Coimbra está preocupado, mas é cauteloso. “A empresa está notificada para apresentar o programa de trabalhos. Têm de mostrar como vão recuperar o tempo para cumprir o prazo” estipulado no contrato, disse Manuel Machado aos jornalistas, no final de reunião de executivo. E o prazo era de 540 dias. Neste momento, o atraso da obra já vai em oito meses. “Vejo com preocupação a empresa não ter retomado já os trabalhos. Não vejo motivo fundamentado para ainda não o tenha feito”, afirmou. Para antecipar cenários, a autarquia está a “analisar soluções para o dia seguinte”, consoante a evolução da situação da empresa.