Câmara de Lisboa prevê poupar 75% de água potável até 2025
A rede já está a funcionar na frente ribeirinha, em Alcântara e no Parque das Nações.
A Câmara de Lisboa prevê poupar cerca de 75% de água potável até 2025, através de um plano de reutilização de água, num investimento total de 16 milhões de euros, afirmou esta segunda-feira o presidente da autarquia.
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A Câmara de Lisboa prevê poupar cerca de 75% de água potável até 2025, através de um plano de reutilização de água, num investimento total de 16 milhões de euros, afirmou esta segunda-feira o presidente da autarquia.
Segundo Fernando Medina (PS), a água tratada nas ETAR de Lisboa, apesar de não ser potável, tem “as características suficientes para poder servir para a lavagem das ruas, para a rega dos jardins, para aplicações de uso industrial e para refrigeração de equipamentos que consomem muita água”, libertando “água potável para outros usos” e fomentando a economia circular.
Em declarações aos jornalistas no âmbito apresentação do plano estratégico de reutilização de água de Lisboa, Fernando Medina (PS) explicou que “estão a ser instaladas tubagens próprias desta água, que estão a ser colocadas dentro dos sistemas de saneamento e vão ser colocadas em todas as novas obras que a câmara” fará a este nível, “para criar no fundo uma nova rede”.
“Isto é, por baixo dos nossos pés vai estar uma rede de água potável, uma rede de saneamento, mas vai estar também uma rede de água reciclada”, reforçou o presidente da câmara.
Esta nova rede de distribuição de água para consumo não potável, recorrendo a água reciclada nas três Fábricas de Água de Lisboa (também designadas por ETAR), prevê a construção de 55 quilómetros de condutas adutoras principais, 16 novos sistemas elevatórios e 12 reservatórios.
A concretização do plano está dividida em três fases, sendo que a primeira (2019-2020) abrangerá as zonas da Praça de Espanha, Parque Eduardo VII, Cidade Universitária, Santos, Cais do Sodré, Terreiro do Paço, Campo das Cebolas, Bairro Alto, Vale de Chelas e Parque Tejo.
A segunda fase (2021-2022) abrangerá também o Campo Pequeno, Campolide, Largo de Camões, Avenida da Liberdade, Avenida Almirante Reis, Vale do Silêncio, espaços verdes da freguesia dos Olivais e Chelas.
Por fim, a terceira fase deste plano (2022-2025) expandirá a utilização de água reutilizada para a Estrela, Príncipe Real, Belém, Ajuda, Benfica, Campo Grande, Quinta das Conchas, Carnide/Feira Popular, Bela Vista e Cabo Ruivo.
A poupança potencial dos consumos de água potável da Câmara de Lisboa equivale ao consumo total de uma cidade como Tomar e, através do envolvimento de grandes utilizadores privados, a poupança “pode vir a ser superior ao consumo total do concelho de Aveiro”.
Neste momento, a rede já está pronta para funcionar na frente ribeirinha, em Alcântara e no Parque das Nações.
A autarquia aguarda uma certificação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para que possa proceder à rega dos jardins, sendo que, para já, a água reutilizável só pode ser utilizada para lavagem das ruas.
O presidente da câmara destacou ainda que a “escassez de água não é um problema de futuro”, já “atinge uma parte da Europa”, pelo que “a poupança de água é algo fundamental”.
Fernando Medina considerou também que o plano de reutilização de água é “um projecto bandeira” de Lisboa Capital Verde Europeia 2020.
Intervindo na apresentação do plano, o presidente do conselho de administração da Águas do Tejo Atlântico, António Frazão, defendeu que, face às alterações climáticas, “urge multiplicar e acelerar esta prática com a segurança adequada”.