“Fascistas, golpistas não passarão”. Governador do Rio de Janeiro recebido em protestos na Universidade de Coimbra

Vários alunos gritaram “Marielle Vive”, “Lula Presente”, e “oitenta tiros, oitenta tiros” ao govenador do Rio de Janeiro, que foi convidado para o 21º seminário de Verão da Universidade de Coimbra.

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Vários alunos gravaram os protestos com telemóveis. Twitter/pedroprola

O governador do Rio de Janeiro e próximo de Bolsonaro, Wilson Witzel, foi recebido em protestos por um grupo de alunos da Universidade de Coimbra, esta quarta-feira, num evento promovido pela Associação de Estudos Europeus de Coimbra​. Os estudantes, portugueses e brasileiros, gritaram “fascistas, golpistas não passarão”, “Marielle Vive”, “Lula Presente”, e “oitenta tiros, oitenta tiros”, em referência à morte do músico Evaldo Rosa por nove militares do exército, em Abril, no Rio de Janeiro.

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O governador do Rio de Janeiro e próximo de Bolsonaro, Wilson Witzel, foi recebido em protestos por um grupo de alunos da Universidade de Coimbra, esta quarta-feira, num evento promovido pela Associação de Estudos Europeus de Coimbra​. Os estudantes, portugueses e brasileiros, gritaram “fascistas, golpistas não passarão”, “Marielle Vive”, “Lula Presente”, e “oitenta tiros, oitenta tiros”, em referência à morte do músico Evaldo Rosa por nove militares do exército, em Abril, no Rio de Janeiro.

Alguns alunos levaram laranjas, remetendo para o escândalo das “candidatas-laranja” – segundo as acusações, que estão a ser investigadas pelo Ministério Público, o Partido Social Liberal (PSL), de Bolsonaro, escolheu várias candidatas a deputadas sem o verdadeiro objectivo de as eleger. A única finalidade seria cumprir uma determinação da lei eleitoral que obriga a que 30% do financiamento público eleitoral seja concedido a candidatas do sexo feminino, como forma de promover a maior participação de mulheres na política. Assim que o financiamento fosse concedido, as candidatas canalizariam parte desse montante para outros candidatos de maior relevo. Os alunos ergueram também vários cartazes, onde estavam escritas palavras de ordem: “Marielle Presente”, “Quem matou Marielle?” e “Cadeira para Witzel”.

Wilson Witzel foi convidado para o 21º seminário de verão da Universidade de Coimbra: “25 anos de diálogo jurídico: Perspectivas de um mundo sem fronteiras”, organizado pela Associação de Estudos Europeus de Coimbra. Nesta terça-feira, o governador do Rio de Janeiro disse, no Facebook, estar numa viagem oficial em Portugal “em busca de oportunidades para o Rio de Janeiro”. Wilson Witzel reuniu-se com o presidente de turismo do centro de Portugal, Pedro Machado, para conversar sobre o aumento “do fluxo de turistas em ambos os lugares”.

Na Universidade de Coimbra, há mais de 2 mil estudantes brasileiros, que são atraídos pelo peso histórico da universidade e pela ligação ao Brasil. João Gabriel Silva, antigo reitor da Universidade de Coimbra, disse ao PÚBLICO, no final de 2018, que, a instituição era “a que mais atraia estudantes internacionais” no país.

Em 2018, o ex-juiz federal Wilson Witzel passou de candidato desconhecido a vencedor das eleições para governador, alegadamente catapultado pelo apoio da família Bolsonaro. O governador, que foi eleito com a promessa de uma acção policial dura – defendeu, em Fevereiro, o massacre da polícia num complexo de favelas no centro do Rio de Janeiro que resultou em 13 mortos, com disparos feitos à queima-roupa e utilização de facas pelos agentes.