PSD-Coimbra quer ser tubo de ensaio para votação electrónica

Líder da concelhia, Nuno Freitas, pediu a Rui Rio a introdução de sistema de votação à distância na eleiçao dos órgãos locais.

Foto
Portugal testou o voto electrónico em Vendas Novas, Évora, nas últimas europeias Rui Gaudêncio

Os sociais-democratas de Coimbra querem experimentar a votação electrónica nas eleições para as estruturas regionais do partido, marcadas para o final deste ano. O presidente da concelhia de Coimbra, Nuno Freitas, vê o sistema de votação como uma forma de “combater a abstenção e aumentar a participação” cívica das pessoas, explica ao PÚBLICO, acrescentado que já enviou um pedido a Rui Rio, uma vez que é o partido a nível nacional que pode autorizar a experiência.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os sociais-democratas de Coimbra querem experimentar a votação electrónica nas eleições para as estruturas regionais do partido, marcadas para o final deste ano. O presidente da concelhia de Coimbra, Nuno Freitas, vê o sistema de votação como uma forma de “combater a abstenção e aumentar a participação” cívica das pessoas, explica ao PÚBLICO, acrescentado que já enviou um pedido a Rui Rio, uma vez que é o partido a nível nacional que pode autorizar a experiência.

“Para um partido político, o interesse potencial [da votação electrónica doméstica] é enorme”, introduz o responsável, dando como exemplos a votação de programas políticos, tanto nível regional como nacional ou a eleição de órgãos directivos. “É uma forma de mostrar o compromisso de querer envolver mais pessoas” de uma forma “mais cómoda e mais directa”, afirma.

Nuno Freitas refere também que essa experiência tem sido levada a cabo noutros países, em eleições de baixa dificuldade técnica, com um universo mais limitado, menos órgãos e métodos de eleição por maioria simples. “Nós, no PSD-Coimbra, estamos disponíveis para dar o exemplo”, anuncia.

O tema do sufrágio informatizado vai ser um dos pontos em discussão na conferência Sonhar a Cidade, que o PSD-Coimbra organiza nesta quinta-feira, às 15h, no Salão Brazil, na Baixa. “Não é uma conferência para discutir a Câmara Municipal de Coimbra nem a gestão diária e corrente da cidade”, assegura Nuno Freitas. “O tempo político para isso será outro”, afirma. No entanto, ao mesmo tempo, refere que se trata de “um pontapé de saída para uma mudança” que o PSD quer promover em Coimbra.

A questão da votação electrónica pode também ser utilizada no contexto local, com Nuno Freitas a questionar se a “cultura cívica da cidade não pode evoluir para votações mais regulares sobre alguns temas importantes”, que não apenas o orçamento participativo. Temas como “novas abordagens de políticas urbanas, de mobilidade, de energia, do espaço público”, menciona Nuno Freitas, também surgirão em debate.

Na conferência estarão presentes o ex-secretário de Estado e jurista José Eduardo Martins e a activista argentina Pia Mancini, que criou a plataforma digital Democracy OS. Mas Nuno Freitas convidou também a ex-deputada do PS e professora da Universidade de Coimbra, Helena Freitas, e a advogada Filomena Girão, eleita pelo movimento Somos Coimbra (do ex-bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva) para Assembleia Municipal de Coimbra.