Coreia do Norte acusa EUA de “hostilidade” apesar dos apelos ao diálogo
Missão norte-coreana na ONU diz que a Administração Trump está “obcecada com sanções” e que essa postura pode “sabotar o ambiente pacífico criado na península coreana”.
A missão da Coreia do Norte nas Nações Unidas acusou os EUA de estarem “determinados a cometer actos hostis”, apesar de o Presidente norte-americano, Donald Trump, insistir em conversações entre os dois países.
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A missão da Coreia do Norte nas Nações Unidas acusou os EUA de estarem “determinados a cometer actos hostis”, apesar de o Presidente norte-americano, Donald Trump, insistir em conversações entre os dois países.
As autoridades norte-coreanas respondiam à acusação norte-americana de que Pyongyang violou os limites à importação de petróleo refinado, impostos pelas sanções internacionais. Ao mesmo tempo, o regime de Kim Jong-un protesta contra o envio de uma carta pelos EUA, Alemanha, Reino Unido e França, a apelarem aos restantes países da ONU para que implementem aquelas sanções contra a Coreia do Norte.
“O que não podemos deixar de assinalar é que essa carta foi enviada pela missão permanente dos EUA nas Nações Unidas, sob as ordens do Departamento de Estado norte-americano, no mesmo dia em que o Presidente Trump propôs a realização de uma cimeira”, lê-se no comunicado.
Trump tornou-se no primeiro Presidente norte-americano em exercício a pisar o território da Coreia do Norte, no domingo, quando se encontrou com o líder norte-coreano na Zona Desmilitarizada entre as duas Coreias. Os dois líderes acordaram em retomar as negociações sobre o programa nuclear norte-coreano.
A missão da Coreia do Norte na ONU disse que a carta dos EUA, Alemanha, Reino Unido e França “diz muito sobre o facto de os EUA estarem determinados a cometer actos hostis, apesar de falarem em diálogo”.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem reforçado as sanções contra a Coreia do Norte desde 2006, de forma unânime, numa tentativa de limitar a capacidade de Pyongyang para financiar o seu programa de mísseis, banindo as exportações do país – incluindo carvão, ferro, chumbo e têxteis – e impondo limites às suas importações de petróleo e produtos derivados.
Em Junho, os EUA acusaram a Coreia do Norte de violar o limite de 500.000 barris imposto em Dezembro de 2017, principalmente através de transferências feitas entre petroleiros em mar aberto.
Washington pretendia que a comissão de sanções, composta por 15 países, exigisse o fim imediato de transferências de petróleo para a Coreia do Norte. Mas a Rússia e a China, aliados de Pyongyang, adiaram essa votação.
A carta dos EUA, Alemanha, Reino Undo e França citada pela missão norte-coreana nas Nações Unidas é datada de 27 de Junho, segundo a agência Reuters. E insta os Estados-membros a cumprirem a determinação do Conselho de Segurança para que todos os trabalhadores norte-coreanos nos diferentes países sejam repatriados até 22 de Dezembro de 2019.
“É ridículo que os Estados Unidos continuem obcecados com sanções e com uma campanha de pressão, e que olhem para as sanções como a panaceia para todos os problemas”, disse a missão da Coreia do Norte na ONU.
Depois do encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump, no domingo, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que os dois lados podem voltar a encontrar-se “durante o mês de Julho, provavelmente nas próximas duas ou três semanas”.
Os EUA e outros países no Conselho de Segurança têm dito que as sanções devem estar em vigor até que a Coreia do Norte dê passos concretos para travar o seu programa de mísseis, enquanto a Rússia e a China têm sugerido que o melhor caminho para esse objectivo é um alívio das sanções.
“Todos os membros da ONU têm de manter a vigilância contra as tentativas deliberadas dos Estados Unidos para sabotarem o ambiente pacífico que foi criado na península coreana”, disse a missão da Coreia do Norte.