Já não havia um Junho tão frio há 19 anos
Mês passado não registava temperatura média do ar tão baixa desde 2000, revela o IPMA.
O mês de Junho em Portugal Continental foi muito frio e com precipitação normal, revela um relatório do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) divulgado esta quarta-feira.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O mês de Junho em Portugal Continental foi muito frio e com precipitação normal, revela um relatório do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) divulgado esta quarta-feira.
Segundo o relatório climatológico do IPMA, divulgado mensalmente, Junho de 2019 foi o mês mais frio desde Junho de 2000 e o 13º mais frio desde Junho de 1931, com o valor médio da temperatura média do ar (que agrega a máxima e a mínima) a situar-se nos 18,19ºC, menos 1,23ºC face ao normal.
O IPMA refere que os valores da temperatura do ar (máxima, mínima e média) foram inferiores ao normal entre 4 e 15 de Junho, salientando que a temperatura máxima foi 5,6ºC mais baixa no dia 6.
Excepcionalmente, os valores da temperatura do ar foram muito superiores ao normal, em particular a temperatura máxima, entre os dias 1 e 3, com Portugal continental a atingir, no dia 1, um valor médio de 33,3ºC, mais 8,0ºC em relação ao normal.
Quanto à chuva, o relatório assinala que o valor médio da quantidade de precipitação, de 23,8 milímetros, corresponde a cerca de 74% do valor normal mensal. Em Junho, apenas a região Sul, em particular o interior do Baixo Alentejo e o Algarve, teve níveis de precipitação inferiores ao normal.
A situação de seca meteorológica manteve-se no final de Junho, tendo-se verificado um “ligeiro aumento” da área em seca extrema na região Sul. De acordo com o relatório, 33,9% do território continental estava em seca extrema ou severa, 22,7% em seca moderada e 40,9% em seca fraca.
Comparativamente a Maio, houve uma “diminuição significativa” da percentagem de água no solo no litoral Norte e Centro, mantendo-se no interior Norte e Centro, no Vale do Tejo, no Alentejo e Algarve inferior a 20 por cento.
As estatísticas do IPMA foram divulgadas um dia depois de dados do programa europeu de observação da Terra Copernicus terem apontando Junho de 2019 como o mês de Junho mais quente registado no mundo, devido sobretudo à onda de calor que atingiu alguns países do Centro e Sul da Europa, mas não Portugal.
Segundo os dados, as temperaturas subiram 0,1ºC em relação ao recorde mundial anterior, de Junho de 2016, tendo na Europa aumentado cerca de 2°C acima do normal.
Combinando informação de satélite e histórica, o Copernicus estimou que a temperatura em Junho na Europa esteve 3°C acima da média registada entre 1850 e 1900.