Armadilhas matam dezenas de milhares de aves por ano. Há uma petição contra elas

Proibir o fabrico, a posse e a venda de armadilhas para aves. É o objectivo de uma petição entregue pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves no Parlamento.

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A petição, com mais de 4.000 assinaturas, tem como título "ArmadilhasNÃO" Mário Lopes Pereira

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) entregou na Assembleia da República uma petição no sentido de proibir o fabrico, a posse e a venda de armadilhas para aves, informou esta quarta-feira a instituição em comunicado.

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A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) entregou na Assembleia da República uma petição no sentido de proibir o fabrico, a posse e a venda de armadilhas para aves, informou esta quarta-feira a instituição em comunicado.

A petição, com mais de 4.000 assinaturas, tem como título “ArmadilhasNÃO” e nela pede-se aos deputados que actuem no sentido de mudar as leis e contribuírem para impedir a morte de 40 mil a 180 mil aves por ano.

“Apesar de as aves selvagens estarem protegidas por lei há duas décadas, todos os anos dezenas de milhares de aves são capturadas ou abatidas em Portugal, para serem vendidas como animais de companhia, consumidas como petisco ou simplesmente mortas. Estes crimes passam geralmente impunes por serem difíceis de detectar e investigar, em parte porque, embora seja ilegal capturar ou caçar estas aves, os meios usados para estas capturas não são proibidos”, diz-se no comunicado da SPEA.

A SPEA lembra que as aves controlam pragas e são cruciais para manter a saúde dos campos. “Mas para manter estas aves a salvo, não chega proibir que sejam capturadas: é necessário proibir também os meios que permitem capturá-las”, afirma o coordenador do departamento de conservação terrestre da sociedade, Joaquim Teodósio, citado no comunicado.

As armadilhas que sejam montadas para apanhar um determinado tipo de ave “matam indiscriminadamente qualquer ave”, alerta a SPEA. As aves das zonas agrícolas estão a diminuir “a um ritmo alarmante por toda a Europa”, incluindo em Portugal, acrescenta.