Italiano David Sassoli eleito presidente do Parlamento Europeu
Como ficou acordado entre os 28, Sassoli será presidente na primeira metade do mandato, cedendo o cargo a um membro do Partido Popular Europeu ao fim de dois anos e meio.
O socialista italiano David-Maria Sassoli foi eleito presidente do Parlamento Europeu para os próximos dois anos e meio, com uma maioria absoluta de 345 votos.
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O socialista italiano David-Maria Sassoli foi eleito presidente do Parlamento Europeu para os próximos dois anos e meio, com uma maioria absoluta de 345 votos.
“Sassoli é o novo presidente do Parlamento Europeu, saúdo-o e convido-o a assumir a presidência”, disse Antonio Tajani, que está de saída do cargo.
O italiano, de 63 anos, foi eleito após duas rondas de votações pelos deputados, na primeira sessão plenária da assembleia que resultou das eleições de Maio. Antigo jornalista de Florença, Sassoli é deputado do Parlamento Europeu desde Julho de 2009.
Na terça-feira à noite, poucas horas depois do acordo sobre a distribuição dos cargos de topo da União Europeia decidido em Bruxelas pelos chefes de Estado e de Governo dos 28, que atribui aos socialistas a presidência do Parlamento Europeu na primeira metade da legislatura (dois anos e meio), o grupo dos socialistas e democratas (S&D) escolheu Sassoli, até agora um dos vice-presidentes da assembleia europeia.
O grupo socialista ignorou assim a recomendação de Bruxelas, que apontava para o nome do búlgaro Sergei Stanishev, presidente do Partido Socialista Europeu (PSE).
Apesar de se apresentarem outros três candidatos à presidência do Parlamento Europeu — a alemã Ska Keller, pelos Verdes; a espanhola Sira Rego, do Grupo da Esquerda Unitária; e o checo Jan Zahradil, pelos Conservadores e Reformistas Europeus —, era praticamente certa a eleição de Sassoli, dado o entendimento entre as três maiores famílias políticas europeias.
Face a esse entendimento, que prevê que na segunda metade do mandato seja um membro do Partido Popular Europeu a ocupar a presidência do Parlamento Europeu, as bancadas do PPE e do Renovar a Europa (liberais), primeira e terceira maiores dos hemiciclos, não apresentaram candidatos à eleição desta quarta-feira.
Ao fim de uma maratona negocial, que se prolongou em Bruxelas ao longo de três dias, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia chegaram a acordo sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo, designando a alemã Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia.
O compromisso entre os 28 contempla ainda a nomeação do primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, para a presidência do Conselho Europeu; do ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o socialista Josep Borrell, como alto-representante da UE para a Política Externa; e ainda da francesa Christine Lagarde para o Banco Central Europeu.
Não cabendo ao Conselho a responsabilidade da escolha do presidente do Parlamento Europeu, ficou, todavia, acordado o modelo, seguido há muito, de repartição da presidência da assembleia entre as duas maiores famílias políticas.
Para ser eleito, um candidato tem de obter a maioria absoluta dos votos expressos, ou seja, pelo menos 50% mais um — os votos brancos ou nulos não são tidos em conta para calcular a maioria necessária.