Há uma personagem chamada Petra (a protagonista feminina), mas a escolha do nome, puxado a título do filme, não tem nada de inocente: Petra, do catalão Jaime Rosales, convida-nos a entrar num universo petrificado, no sentido próprio da expressão (o ogre-maior do filme é um escultor) e em todos os sentidos figurados que a expressão permite (incluindo, claro, a história de corações empedernidos). Com a sua progressão narrativa, cheia de revelações sobre pais e filhos que afinal não são nem pais nem filhos uns dos outros, e o rasto de cadáveres que vai deixando, também não estamos longe — o próprio título, nas suas ressonâncias linguísticas, o sugere — de uma atmosfera de tragédia clássica, entre os gregos e Shakespeare, embora razoavelmente mais lacónica, jogada ao sol da Catalunha.
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Há uma personagem chamada Petra (a protagonista feminina), mas a escolha do nome, puxado a título do filme, não tem nada de inocente: Petra, do catalão Jaime Rosales, convida-nos a entrar num universo petrificado, no sentido próprio da expressão (o ogre-maior do filme é um escultor) e em todos os sentidos figurados que a expressão permite (incluindo, claro, a história de corações empedernidos). Com a sua progressão narrativa, cheia de revelações sobre pais e filhos que afinal não são nem pais nem filhos uns dos outros, e o rasto de cadáveres que vai deixando, também não estamos longe — o próprio título, nas suas ressonâncias linguísticas, o sugere — de uma atmosfera de tragédia clássica, entre os gregos e Shakespeare, embora razoavelmente mais lacónica, jogada ao sol da Catalunha.