Taiwan declara apoio a Hong Kong “pela liberdade e por eleições democráticas”

Jornais na China exigem “tolerância zero” contra os manifestantes que invadiram e ocuparam o Parlamento de Hong Kong na segunda-feira. Centro financeiro e político do território começa a regressar à normalidade, mas os edifícios do Governo continuam encerrados.

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Os manifestantes escreveram mensagens contra o domínio da China no território Reuters/JORGE SILVA

O ambiente em Hong Kong esta terça-feira é de uma calma tensa, horas depois de a polícia ter lançado gás lacrimogéneo contra centenas de manifestantes que invadiram o Parlamento local em protesto contra uma lei de extradição. Em Taiwan, as imagens de segunda-feira foram vistas como um sinal da “raiva e frustração” do povo.

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O ambiente em Hong Kong esta terça-feira é de uma calma tensa, horas depois de a polícia ter lançado gás lacrimogéneo contra centenas de manifestantes que invadiram o Parlamento local em protesto contra uma lei de extradição. Em Taiwan, as imagens de segunda-feira foram vistas como um sinal da “raiva e frustração” do povo.

Pedaços de guarda-chuvas (símbolo do movimento pró-democracia), capacetes e garrafas de água espalhados pelo chão eram os únicos resquícios de uma segunda-feira e uma madrugada de terça-feira marcadas pela inédita ocupação da câmara dos deputados por um grupo de jovens manifestantes.

A polícia dispersou a multidão das ruas, à volta do centro financeiro da megacidade, abrindo caminho ao regresso da normalidade após as imagens de violência que marcaram o 22.º aniversário da transição do território do Reino Unido para a China.

Apesar do aparente regresso à normalidade, o edifício do Parlamento – onde os manifestantes escreveram mensagens contra a proposta de lei de extradição e desfraldaram bandeiras da antiga colónia – continua encerrado esta terça-feira.

Milhões de pessoas saíram às ruas nas últimas semanas em protesto contra uma proposta de lei – entretanto suspensa, mas não afastada – que permitiria a extradição de suspeitos para a China, onde enfrentariam um julgamento em tribunais controlados pelo Partido Comunista.

Advogados e organizações de defesa dos direitos humanos dizem que o sistema judicial da China se distingue por actos de tortura, confissões forçadas e detenções arbitrárias.

A proposta de lei provocou uma revolta contra a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e levou as comunidades diplomática e judicial a temerem a corrosão da autonomia legal do território.

Apoio de Taiwan

Em Taiwan, um território onde parte da população defende a independência da China, as autoridades manifestaram apoio a Hong Kong.

“No 22.º aniversário da transição de Hong Kong, os cidadãos estão a ferver de raiva e frustração”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Joseph Wu, no Twitter.

“É óbvio que a fórmula ‘um país, dois sistemas, do Partido Comunista Chinês, é uma mentira. Apelo à comunidade internacional que apoie a luta do povo pela liberdade e por eleições democráticas.”

Na China, o jornal Global Times, publicado pelo Partido Comunista Chinês, apelou à “tolerância zero” com os manifestantes que invadiram o Parlamento de Hong Kong. E as primeiras páginas de outros jornais publicados na China continental mostravam imagens das comemorações do aniversário da transição do território, e não dos violentos protestos de segunda-feira.egos pela arrogância e pela raiva, os manifestantes mostraram um total desprezo pela lei e pela ordem”, lê-se no editorial do Global Times.