Linha de apoio psicológico aos polícias desligada

O presidente do Sindicato Nacional da Polícia, Armando Ferreira, exigiu já a demissão do Director Nacional da PSP. Situação revelada depois de vários agentes de uma esquadra na Madeira tentarem pedir apoio psicológico.

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Presidente do Sindicato Nacional da Policia diz que Director Nacional da PSP, Luís Farinha, não tem condições para continuar no cargo LUSA/ANTÓNIO COTRIM

A SOS Linha Verde 24 horas Urgência, uma linha de apoio psicológico aos polícias, cujo o número é 800 21 23 12, tem estado desligada.

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A SOS Linha Verde 24 horas Urgência, uma linha de apoio psicológico aos polícias, cujo o número é 800 21 23 12, tem estado desligada.

O presidente do Sindicato Nacional da Polícia, Armando Ferreira, considerou a situação grave e exigiu já a demissão do Director Nacional da PSP.

Armando Ferreira explicou que teve conhecimento de que a linha não funcionava através de agentes de uma esquadra na Madeira, e que depois testou ele próprio e verificou a inactivação.

“Fui hoje [esta segunda-feira] contactado por agentes da esquadra que tentaram ligar”, disse, sublinhando que os agentes viveram uma situação complicada durante o fim-de-semana e sentiram necessidade de recorrer à linha.

“Um dos agentes tentou suicidar-se na esquadra na madrugada de sábado para domingo. Está em coma”, contou Armando Ferreira, que lamenta o facto de os agentes precisarem de ajuda psicológica e não terem.

De acordo com o Presidente do Sindicato Nacional da Polícia, “os psicólogos da Polícia terão informado o Director Nacional que a situação estava incomportável, uma vez que não eram remunerados para fazer um atendimento 24 horas”.

“Esta linha existe há 19 anos e serve para dar apoio aos polícias e tentar desincentivar situações limite. O Director Nacional da PSP deixou isto acontecer e não tem condições para continuar no cargo”, afirma.

O PÚBLICO já contactou o Gabinete de Imprensa da PSP, que explicou que “durante o dia de ontem [domingo], 30 de Junho, ocorreu uma situação de tentativa de suicídio de um polícia (...), tendo sido accionados todos os meios de socorro para o local, sendo a vítima transportada para o Hospital (...), onde se encontra sob prognóstico muito reservado”.

Foi referido ainda que “de imediato a Direcção Nacional da PSP determinou que, além de outros mecanismos previstos para este tipo de situações, a Divisão de Psicologia entrasse em contacto com o Comando Regional da Madeira para prestar todo o apoio necessário neste capítulo”. E que “o próprio director da Divisão de Psicologia se encarregou do caso e prestou todo o apoio útil e necessário durante o decorrer da situação” e que “já durante esta manhã, a Direcção Nacional determinou o embarque de um psicólogo da PSP para o Funchal, para prestar, in loco, o apoio psicológico necessário, o que deverá acontecer nas próximas horas”.

Sobre a linha de apoio psicológico aos policias, a PSP informa que “o número 800212312 encontra-se activado, mas com um problema de ligação, o qual a PSP está a tentar resolver no mais breve espaço de tempo possível”.