Nasceu uma estrela em Wimbledon e tem apenas 15 anos
A norte-americana Coco Gauff derrotou a veterana e sua compatriota Venus Williams, protagonizando uma das surpresas do dia em Wimbledon.
Pela primeira vez na sua curta carreira, Coco Gauff chorou após uma vitória. A ocasião justificava-se: poucos dias depois de se tornar na mais jovem tenista a ultrapassar o qualifying do Torneio de Wimbledon, a norte-americana de 15 anos tornou-se na mais jovem a vencer um encontro no quadro principal no All England Club desde 1991. Ainda para mais, derrotou Venus Williams, uma das suas “heroínas”, juntamente com a irmã Serena.
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Pela primeira vez na sua curta carreira, Coco Gauff chorou após uma vitória. A ocasião justificava-se: poucos dias depois de se tornar na mais jovem tenista a ultrapassar o qualifying do Torneio de Wimbledon, a norte-americana de 15 anos tornou-se na mais jovem a vencer um encontro no quadro principal no All England Club desde 1991. Ainda para mais, derrotou Venus Williams, uma das suas “heroínas”, juntamente com a irmã Serena.
No final da vitória, por um duplo 6-4, Gauff não escondeu a emoção e, depois de receber os parabéns da compatriota de 39 anos, disse o que sentia: “Agradeci-lhe por tudo o que ela fez; não estaria aqui se não fosse ela. Sempre lhe quis dizer isto e, apesar de já a ter encontrado antes, agora tive a coragem de o fazer.”
Na quarta-feira, Coco, como prefere ser chamada, estava no quarto do seu hotel, no computador, a fazer um exame de ciências em directo com a sua escola, na Florida. No dia seguinte, foi disputar o terceiro e último encontro do qualifying de Wimbledon, no qual entrou por convite, passando este teste com distinção: voltou a não ceder qualquer set. Talvez por isso, o desejo de defrontar uma das irmãs Williams foi-lhe concedido no sorteio.
Saiu-lhe a veterana Venus, com 342 encontros realizados em torneios do Grand Slam, 106 dos quais em Wimbledon, onde conquistou o título por cinco vezes. Para Gauff foi a sua estreia em majors, mas comportou-se como uma jogadora experiente. Aliás, a maturidade é uma das suas qualidades, mas o talento notou-se desde muito cedo. “No meu teste de ciências, tive um Bom; hoje, dou a mim própria um muito bom.”
Os pais, ambos atletas universitários, sempre tiveram a carreira das Williams como referência. E quando Gauff tinha 10 anos, levaram-na à Academia de Patrick Mouratoglou, que desde 2012 treina Serena. Aos 13, assinou com a agência de gestão de carreiras Team8 (de Roger Federer) e já tem contratos de patrocínio com a New Balance e Barilla. “Os meus pais sempre me disseram para almejar o mais alto que quisesse. E estou contente, não só por aceitarem os meus objectivos, também por terem sacrificado tudo para se certificarem que eu chegava lá”, frisou.
Mas a idade limita-a no número de torneios que pode disputar no circuito profissional – uma regra criada para reduzir nas jogadoras mais jovens a pressão causada pelas expectativas – e só poderá disputar mais seis até completar 16 anos, em Março. Tendo essa limitação bem presente, Coco, actual 313.ª no ranking, quer aproveitar ao máximo a oportunidade de disputar o Torneio de Wimbledon. “O meu objectivo é ganhá-lo”, disse.
O primeiro dia de Wimbledon assistiu ainda a outras várias surpresas, com a prova feminina a perder cinco cabeças-de-série: Naomi Osaka, Aryna Sabalenka, Marketa Vondrousova (finalista em Roland Garros), Caroline Garcia e Daria Kasatkina.
Do lado masculino, Alexander Zverev (5.º) voltou a desiludir e perdeu na estreia com o checo Jiri Vesely (124.º), por 4-6, 6-3, 6-2 e 7-5. “Neste momento, a minha confiança está abaixo de zero”, admitiu o alemão. Também Stefanos Tsitsipas (6.º) não correspondeu às (próprias) expectativas e foi eliminado pelo italiano Thomas Fabbiano (89.º): 6-4, 3-6, 6-4, 6-7 (8/10) e 6-3.