1. Depois de evocar Sagres e os Descobrimentos, o momento que marca a descoberta do mundo pela Europa e depois de lembrar que, nesse mesmo momento, a China, a grande potência marítima da altura, resolvia fechar-se ao mundo, Carl Bildt iniciou a síntese dos trabalhos de dois dias da Conferência Anual do European Council on Foreign Relations (ECFR), que decorreu em Lisboa, na Gulbenkian, com esta frase: “Em Bruxelas decorrem os jogos sobre pessoas, no mundo jogam-se os jogos do poder.” Foi um resumo quase perfeito dos debates que mobilizaram uma grande variedade de especialistas europeus e norte-americanos sob o tema geral da “soberania estratégica” da Europa ou, como também se diz, da sua “autonomia estratégica”. Que obviamente não existe. O que Bildt disse a seguir resume igualmente a escolha fundamental que a Europa tem pela frente. Pode tornar-se apenas no “campo de jogos” onde as grandes potências mundiais praticam os seus jogos de poder ou decide ser, também ela, um “jogador global”.
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1. Depois de evocar Sagres e os Descobrimentos, o momento que marca a descoberta do mundo pela Europa e depois de lembrar que, nesse mesmo momento, a China, a grande potência marítima da altura, resolvia fechar-se ao mundo, Carl Bildt iniciou a síntese dos trabalhos de dois dias da Conferência Anual do European Council on Foreign Relations (ECFR), que decorreu em Lisboa, na Gulbenkian, com esta frase: “Em Bruxelas decorrem os jogos sobre pessoas, no mundo jogam-se os jogos do poder.” Foi um resumo quase perfeito dos debates que mobilizaram uma grande variedade de especialistas europeus e norte-americanos sob o tema geral da “soberania estratégica” da Europa ou, como também se diz, da sua “autonomia estratégica”. Que obviamente não existe. O que Bildt disse a seguir resume igualmente a escolha fundamental que a Europa tem pela frente. Pode tornar-se apenas no “campo de jogos” onde as grandes potências mundiais praticam os seus jogos de poder ou decide ser, também ela, um “jogador global”.