Greenpeace critica forma como a Rússia está a devolver baleias ao mar
Pelo menos 11 orcas e 87 belugas estavam em cativeiro em Nakhodka desde Abril, gerando forte indignação junto da comunidade internacional. Vão ser todas libertadas durante os próximos quatro meses.
A Greenpeace criticou esta sexta-feira o longo procedimento que a Rússia adoptou para libertar mais de uma centena de baleias que estavam em cativeiro desde 2018. A associação ambientalista considerou que pelo menos duas orcas e seis belugas foram “simplesmente despejadas” para o mar de Okhotsk, a mais de 1700 quilómetros da cidade portuária de Nakhodka. Os animais terão sido transportados em pequenos contentores durante uma viagem de sete dias e libertados no mar nesta quinta-feira.
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A Greenpeace criticou esta sexta-feira o longo procedimento que a Rússia adoptou para libertar mais de uma centena de baleias que estavam em cativeiro desde 2018. A associação ambientalista considerou que pelo menos duas orcas e seis belugas foram “simplesmente despejadas” para o mar de Okhotsk, a mais de 1700 quilómetros da cidade portuária de Nakhodka. Os animais terão sido transportados em pequenos contentores durante uma viagem de sete dias e libertados no mar nesta quinta-feira.
O grupo ambientalista disse também que os responsáveis pela devolução das baleias ao mar não tiveram qualquer preparação para a operação que foi mantida em segredo. A Greenpeace lamenta que o risco de trauma e morte dos animais aumentou.
“É cruel libertar orcas e belugas que passaram sete dias em contentores directamente para o mar”, disse à televisão russa Oganes Targulyan, especialista da Greenpeace. As baleias não foram libertadas, mas sim despejadas”, vincou em declarações citadas pelo jornal britânico The Guardian.
As autoridades russas esclareceram apenas que a operação correu dentro da normalidade e que nenhuma baleia sofreu qualquer dano. Pelo menos nove orcas e 81 belugas continuam em cativeiro e serão libertadas em lotes nos próximos quatro meses.
O Presidente da Rússia, Vladimir Plutin, tinha saudado na semana passada a libertação das baleias, que iriam regressar ao seu habitat natural. A aprovação da medida já tinha sido tomada em Abril, depois de uma equipa de oceanógrafos terem tido várias reuniões em Moscovo e conferido o estado de saúde dos animais.
Pelo menos 11 orcas e 87 belugas estavam em cativeiro, alegadamente com pouco espaço para nadar e em águas com temperaturas negativas. Os animais tinham sido capturados na baía de Srednyaya, no extremo oriente russo, soube a Greenpeace quando se apercebeu do desaparecimento e da presumível morte das baleias. Várias organizações internacionais uniram-se para acusar quatro empresas russas de violar as leis da pesca e lamentar os maus-tratos de animais.
A captura de baleias e outros seres vivos é, no entanto, permitida por lei na Rússia para fins científicos ou pedagógicos, mas temia-se que a Rússia poderia vender ilegalmente as baleias para parques aquáticos chineses.
O mesmo jornal britânico revela ainda que um tribunal na zona oriental da Rússia multou empresas daquela região em mais de 150 milhões de rublos russos (mais de dois milhões de euros) por aprisionar baleias. No entanto, essas mesmas empresas foram contratadas pelo Governo para libertar esses mesmos animais e vão lucrar com a operação 360 milhões de rublos russos (mais de cinco milhões de euros).