O PÚBLICO não pode ser coutada de “caça” ao Mário Ferreira
Direito de resposta ao artigo “O Douro não pode ser uma coutada de Mário Ferreira”, publicado na Fugas a 22 de Junho.
No direito de resposta a que tenho direito, começo por citar o Eng. Belmiro de Azevedo que respondia sempre às opiniões caluniosas com o mesmo sentido estratégico: Se os jornalistas fazem insinuações eu faço declarações que destroem as suas interpretações.
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No direito de resposta a que tenho direito, começo por citar o Eng. Belmiro de Azevedo que respondia sempre às opiniões caluniosas com o mesmo sentido estratégico: Se os jornalistas fazem insinuações eu faço declarações que destroem as suas interpretações.
Perante o artigo em que fui, por Pedro Garcias, acusado de explorar a magnífica paisagem do Douro sem nada dar em troca, sinto-me na mesma situação do Eng. Belmiro a responder aos que o criticavam por ter montado um sistema de distribuição sem nada produzir, ou aos que criticavam Alves Redol por ter escrito sobre os trabalhadores explorados do Douro e ganhar dinheiro com a venda dos livros.
Pedro Garcias diz que o Douro não pode ser uma coutada de Mário Ferreira. Eu, que sou o visado, só posso pedir que o PÚBLICO não seja uma coutada de caça ao Mário Ferreira.
Na tentativa de me atingir com chumbo grosso cria uma cortina de fogo cerrado colando frases a despropósito de uma viagem espacial que comecei a planear: “Nunca fez tal viagem, mas nunca ninguém lhe pediu contas por ter sido enganado. A ruína financeira e moral, de muitos grandes empresários portugueses, elevados (...) a génios dos negócios, obriga-nos (...) a ser prudentes, até porque desconhecemos (...) os caminhos que levam à criação de grandes fortunas.“
O parágrafo seguinte é outro ataque pessoal, sem provas e sem sentido na frase final: “Desde o inicio que Mário Ferreira tem associado um aguçado espírito empresarial a uma notória falta de humanidade e consciência social. O empresário (...) tem ganho muito dinheiro com as belezas do Douro, mas que ninguém lhe fale em taxa turística – e os autarcas locais não ousam contrariá-lo. Estão cegos, porque, tirando meia dúzia de parceiros com quem Mário Ferreira, o seu negócio deixa muito pouco na região”.
A ofensa aos autarcas é obvia mas que posso eu e os “parceiros com quem” não sei o quê, subentender se o disparatado texto não tem verbo para eu poder processar o seu autor por difamação. Os erros gramaticais e as gralhas não são crime, mas esta suposta falha na frase não é inocente.
Este artigo pseudo-moralista, que mais parece feito para redes sociais do que para um jornal de referência, está pejado de calúnias e mentiras que importa esclarecer. Diz o autor:
Que os nossos turistas não pagam taxas por circular no Douro. MENTIRA. Pagamos pela utilização do rio, dos cais, recolhas de lixo, passagem nas eclusas, etc. Taxas pagas por volume de passageiros e que ascenderam em 2018 a perto de um milhão de euros.
Que enganei parceiros na viagem ao espaço. MENTIRA. A viagem está atrasada, mas mantém-se. Se o opinador lesse o jornal para o qual escreve saberia isso.
Fala que talhos e mercearias não vendem para os barcos. MENTIRA. Começaram por vender há muitos anos, mas nenhum tinha a capacidade e volume necessário para a nossa operação. Investimos anualmente, e de forma direta, milhões de euros na aquisição de produtos Nacionais.
A titulo de exemplo aqui ficam apenas alguns números dos consumos 2018 no Douro, para terem uma ideia:
Anuncia uma “guerra” com a CCDR-N. MENTIRA. As relações são cordiais e de respeito mútuo entre as partes.
Invoca uma suposta queixa por parte da Liga dos Amigos do Douro Património da Humanidade contra o parque da Brunheda. MENTIRA. Existiu sim uma queixa “anónima” que sabemos de onde partiu e que não tem os interesses da região em mente. Com a Liga existe um diálogo de contributos para o projeto e para o Douro.
Afirma que existe uma recusa nossa em proceder ao arranjo paisagístico no parque e que serão as autarquias a pagar. MENTIRA. Não só já grande parte do arranjo paisagístico está executado, como todas as recomendações foram acatadas com respeito. Parque esse que faz parte do plano de mobilidade do TUA, totalmente financiado de forma privada para uso gratuito das populações locais e turistas.
Afirma o jornalista que lido mal com a concorrência referindo uma empresa recente no Douro. Mais mentiras. Concorrência no Douro existe há muitos anos e liderada pela segunda maior empresa mundial do sector. Entrou em força, e na altura convidou-me para ser o padrinho da primeira embarcação, o que aceitei de bom grado e de braços abertos. Cedemos também o uso partilhado do nosso cais para o seu primeiro ano de operação até o cais deles estar concluído. Tenho dificuldade em compreender que isto seja lidar mal com a concorrência.
Para lá da aquisição direta de bens e serviços, em 2018, só em Segurança Social, contribuímos com mais de 3 milhões de euros para a economia portuguesa, fruto dos mais de 500 postos de trabalho criados.
O nosso contributo para o Douro é feito de atos e criação de valor, e não de vãs palavras de quem se limita a acusar quem trabalha de ganhar dinheiro com a paisagem do Douro.
Não refere o jornalista do PÚBLICO e produtor de vinhos, que alguns dos seus brancos se vendem a €19,95 e tintos reserva a €47.50 por garrafa. Será que com estes preços não estará o produtor Pedro Garcias a ganhar, e bem, dinheiro com o Douro? Ou será que continua a querer um pequeno subsídio pago pelo sector turístico?
O nosso sucesso resulta do muito investimento, muita criação de postos de trabalho, muita promoção da região e de muito empenho e dedicação incorporados em longos dias de trabalho. Que continuarei enquanto houver liberdade empresarial para os Portugueses que por aqui se criaram e não só para os ingleses ou para os jornalistas produtores de vinho que me consideram estrangeiro na minha própria terra.
Mário Ferreira