Grupo do DN, JN e TSF não pagou salários a tempo. Indignação aumenta
O Sindicato dos Jornalistas “lamenta o silêncio por parte da administração e denuncia a sua falta de ética ao ignorar quem trabalha no grupo”. Problema dos salários já está a ser resolvido.
Foi só na tarde desta sexta-feira que as direcções dos órgãos de comunicação social que fazem parte do Global Media Group (GMG) comunicaram aos trabalhadores que teria havido uma anomalia administrativa que teria motivado o atraso no pagamento, a tempo e horas, dos salários. Isto significa que, apesar de já terem sido dadas garantias de que o problema está a ser resolvido, os funcionários deste grupo, que inclui o JN, DN, TSF e O Jogo, ainda não receberam o vencimento, que deveria ter sido feito até ao último dia útil do mês, nesta sexta-feira.
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Foi só na tarde desta sexta-feira que as direcções dos órgãos de comunicação social que fazem parte do Global Media Group (GMG) comunicaram aos trabalhadores que teria havido uma anomalia administrativa que teria motivado o atraso no pagamento, a tempo e horas, dos salários. Isto significa que, apesar de já terem sido dadas garantias de que o problema está a ser resolvido, os funcionários deste grupo, que inclui o JN, DN, TSF e O Jogo, ainda não receberam o vencimento, que deveria ter sido feito até ao último dia útil do mês, nesta sexta-feira.
Contactada pelo PÚBLICO, fonte oficial do GMG, disse apenas que os salários já estão a ser processados. Porém, tudo indica que o problema, apurou o PÚBLICO, deverá estar resolvido até segunda-feira, embora sobre este ponto tenham sido dadas informações contraditórias aos funcionários – nuns casos, disseram que, quando as transferências são entre o mesmo banco, os vencimentos já estariam na conta dos funcionários ainda nesta sexta-feira e os restantes na segunda-feira; noutros casos, apontaram para que a questão se solucionasse apenas entre segunda e terça-feira.
Miguel Marujo, delegado sindical do DN e membro da comissão sindical do grupo, não esconde o desapontamento com a administração: “A comissão sindical da empresa anda a pedir reuniões sobre as notícias que têm saído [relativas a despedimentos no grupo] e nunca teve resposta. Agora, a falta de respeito alargou-se se a todos os trabalhadores. Hoje de manhã, as pessoas deram pela falta do pagamento, a comissão sindical enviou novo pedido e até agora não respondeu”, disse ao PÚBLICO. Em causa, está o silêncio da administração, igualmente criticado pelo Sindicato de Jornalistas (SJ) que emitiu nesta sexta-feira um comunicado sobre o assunto.
O também jornalista lembra que, em Novembro, houve um comunicado enviado aos trabalhadores pela administração, indicando que os salários iam ser pagos, mas o subsídio de Natal seria processado mais tarde, embora no prazo legal. “Houve cuidado da administração de informar. Agora não. A administração pura e simplesmente não teve qualquer gesto, não informou, não mandou e-mail”, lamenta, referindo que os trabalhadores foram apenas informados, durante a tarde, pelas direcções de um e-mail que lhes foi enviado, falando na tal anomalia e assegurando a resolução em curso do problema.
“Mandaram um e-mail às direcções, mas ninguém viu. O que as direcções comunicaram é que o problema já estava a ser resolvido”, continua Marujo, questionando-se por que não dá a administração “a cara” por um problema que diz ser “técnico” e “processual”.
Sem respostas
A mesma indignação foi também manifestada pelo SJ que, em comunicado, escreve que “a Administração do Global Media Group tem ignorado os trabalhadores, recusando-se a prestar esclarecimentos quer ao SJ, quer aos delegados sindicais sobre a degradação financeira das empresas de comunicação social que detém”.
“Perante esta situação, não foi dada qualquer explicação/informação aos funcionários das empresas do grupo, o que revela uma quebra de confiança na relação que deve existir entre a administração e os trabalhadores. O SJ lamenta que, mais uma vez, a administração opte por ignorar os funcionários do universo do grupo”, lê-se na nota em que se acrescenta que “esta postura da administração, liderada por Daniel Proença de Carvalho, já não é nova”.
O SJ lembra que o sindicato e os delegados sindicais de JN, DN, TSF e O Jogo “têm vindo a solicitar reuniões com a administração desde o início de Janeiro, face às notícias de estar a ser preparada uma reestruturação, que poderia implicar o despedimento de 100 a 200 trabalhadores” e “nunca obteve resposta”.
Um silêncio que não fica por aqui: “Simultaneamente, foram pedidas reuniões na sequência do agravamento de problemas de tesouraria, que levaram a atrasos no pagamento aos colaboradores, desde Novembro passado. Nunca chegou uma resposta. Este mês, os trabalhadores do GMG não receberam os seus salários nos dias em que habitualmente recebem. A situação é grave, tem implicações na vida de todos os que trabalham para as empresas do grupo e revela que a situação financeira do GMG está a deteriorar-se.”
O SJ “lamenta o silêncio por parte da administração e denuncia a sua falta de ética ao ignorar quem trabalha no grupo, não respondendo aos e-mails enviados nomeadamente um abaixo-assinado de 234 trabalhadores solicitando uma reunião entre a administração e os delegados sindicais do JN, DN, TSF e O Jogo”.