William Klein: uma obra eufórica de um criador em celebração

O difícil na retrospectiva dedicada a William Klein é não ficar contaminado pela euforia com que este criador multifacetado foi erguendo a sua imensa obra. A força criativa de Klein deixou marcas seminais em vários campos, muito para lá da fotografia.

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Não chega ao ponto de provocar tonturas ou qualquer outro chelique que turve a visão. Os ziguezagues até são muitos, a sensação de se estar dentro de um labirinto aparece uma ou outra vez. Mas não há vertigem, nem experiências transcendentais, esotéricas, metafísicas ou místicas. O que se sente depois de percorrer a retrospectiva dedicada a William Klein é que nos foi dado um imenso abraço. Um daqueles muito efusivos e apertados. O PHoto-España propôs a Klein (Nova Iorque, 1928) que o catálogo da exposição se chamasse Celebration e é difícil imaginar outra palavra que colasse tão bem com o que se pode ver no Espacio Fundación Telefónica, resultado de mais de 60 anos de trabalho. Parece claro, agora, que este artista multi-talentoso esteve sempre à procura de fixar uma qualquer vibração, algo que fosse capaz de nos tocar pela imagem (gráfica, fotográfica, cinematográfica…), seja através de um pequeno formigueiro ou então daquele abraço quebra-ossos. As obras de Klein são vívidas e, em muitos casos, capazes de transmitir a euforia com que o seu autor as criou.