Em 2018 SIRESP não teve “falhas consideráveis”

O relatório do grupo de trabalho diz que o SIRESP sofreu melhorias nos últimos anos e defende que a rede deve ter autonomia financeira dentro da administração pública.

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O relatório do grupo de trabalho acabou por servir de base ao Governo para a guerra que travou com a Altice para comprar o SIRESP, SA. No documento, a que o PÚBLICO teve acesso, os técnicos defendem de forma clara a natureza pública da rede e sugerem que o acompanhamento desta seja feito na administração central. Apesar das dificuldades, os técnicos dizem que houve melhorias no sistema e que em 2018 não houve “interrupções significativas”.

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O relatório do grupo de trabalho acabou por servir de base ao Governo para a guerra que travou com a Altice para comprar o SIRESP, SA. No documento, a que o PÚBLICO teve acesso, os técnicos defendem de forma clara a natureza pública da rede e sugerem que o acompanhamento desta seja feito na administração central. Apesar das dificuldades, os técnicos dizem que houve melhorias no sistema e que em 2018 não houve “interrupções significativas”.

Depois das falhas de 2017, em que houve “interrupção da ligação”, interrupção do “fornecimento de energia” e um “reduzido número de estações base móveis” que pudessem fornecer rede quando o sistema base falhou, os técnicos referem que as “deficiências já foram, em grande parte, resolvidas”. Tendo em conta as melhorias, “em 2018, ano durante o qual o desempenho da rede teve uma melhoria considerável”, não houve “interrupções significativas”.

Apesar de não ter falhado, tal não aconteceu devido à nova rede de redundância por satélite, que os técnicos consideram cara. Como o PÚBLICO chegou a noticiar, a rede satélite funcionou durante cerca de três mil horas, cobrindo falhas da rede principal.

O deficiente funcionamento da rede em 2017 foi um dos principais motivos a levar o Governo a travar uma batalha com os parceiros privados para melhorarem o serviço. Num braço-de-ferro que durou semanas, o Governo acabaria por decidir tornar a empresa pública, a partir de Dezembro deste ano, para melhor gerir a rede.

No relatório dos técnicos, estes apontam como deve ser o futuro modelo de governação. Sugerem que o SIRESP tenha um conselho de administração, que decida estratégias e procedimentos de longo prazo, e um “órgão de gestão operacional, no âmbito da administração central do Estado, autonomizado em termos financeiros, administrativos e patrimoniais, dotado dos recursos adequados, que assegure, de forma diária e permanente o funcionamento” da rede.