Saúde e imigração aquecem primeiro debate entre candidatos democratas

O primeiro debate entre dez dos vinte candidatos às primárias democratas foi mais violento do que se esperava.

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O primeiro grupo de dez candidatos às primárias democratas debateu na quarta-feira à noite CARLO ALLEGRI / Reuters

Os candidatos às primárias do Partido Democrata mostraram as suas divisões quanto à cobertura do sistema de saúde e às políticas fronteiriças na quarta-feira à noite (madrugada de quinta-feira em Portugal), durante um primeiro debate surpreendentemente quente.

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Os candidatos às primárias do Partido Democrata mostraram as suas divisões quanto à cobertura do sistema de saúde e às políticas fronteiriças na quarta-feira à noite (madrugada de quinta-feira em Portugal), durante um primeiro debate surpreendentemente quente.

Na primeira ronda de debates consecutivos, muitos dos candidatos menos conhecidos lutaram pela atenção numa corrida sobrelotada para escolher quem vai disputar a Casa Branca com o Presidente Donald Trump, gritando uns sobre os outros para ficar na pole position e mostrar que são capazes de enfrentar o republicano nas eleições de Novembro de 2020.

Os candidatos democratas atacaram repetidamente Trump, dizendo que as suas políticas económicas beneficiaram os ricos às custas dos trabalhadores americanos, e descrevendo as suas políticas de imigração como desumanas.

O outro alvo da noite foi o ex-congressista do Texas, Beto O’Rourke, que concentrou críticas de vários candidatos. Os duelos mais acesos deram-se com o ex-secretário da Habitação da Administração Obama, Julián Castro, também do Texas, sobre a política fronteiriça, e com o presidente da Câmara Municipal de Nova Iorque, Bill de Blasio, sobre a saúde.

O’Rourke foi atacado por Castro sobre o tema da separação de famílias e detenção de imigrantes na fronteira Sul. Castro prometeu descriminalizar a travessia de fronteiras e desafiou O’Rourke e outros a apoiá-lo.

O ex-congressista disse ter ajudado a aprovar uma lei que garantia a não criminalização dos requerentes de asilo nos EUA, mas foi acusado por Castro de não ter feito o seu trabalho de casa. “Não estou a falar daqueles que pediram asilo, estou a falar do resto das pessoas”, respondeu-lhe Castro.

A intensidade do debate, após seis meses de uma campanha relativamente morna, mostra que muito está em jogo naquele que pode ser um momento crucial para que alguns dos candidatos passem a ser reconhecidos entre os 20 nomes que lutam pela nomeação democrata.

O líder das sondagens, Joe Biden, que vai a debate esta quinta-feira à noite, não foi mencionado. Para além de Biden, o segundo debate inclui os senadores Bernie Sanders e Kamala Harris, e o mayor de South Bend, Pete Buttigieg.

O confronto sobre a saúde começou quando foi pedido aos candidatos que levantassem as mãos para indicar se apoiavam a eliminação dos seguros de saúde privados. Foi o momento da noite para a senadora Elizabeth Warren que foi a única, a par de Blasio, a fazê-lo. Warren, que tem subido nos estudos de opinião, enviou “uma mensagem forte aos liberais” que estavam a ver de ela “tem orgulho daquilo que é e do que acredita”, escreveu a CNN.

Trump tinha deixado no ar a ideia de que não iria tecer comentários ao debate, mas pouco depois de ter começado, enquanto o Presidente voava a bordo do Air Force One para o Japão, onde vai participar na cimeira do G20, publicou um tweet com a palavra “ABORRECIDO!”.