Teatro Municipal do Porto a olhar o mundo e de porta aberta à ocupação

São 65 espectáculos, em 138 récitas, para a primeira metade da temporada 2019/20 nos vários palcos municipais da cidade. Sempre a chamar mais público e mais artistas internacionais. Em Janeiro, o 88.º aniversário do Rivoli vai ter quatro dias de festa.

Fotogaleria

Entre o próximo mês de Setembro e Fevereiro de 2020, o Teatro Municipal do Porto (TMP) vai apresentar 65 espectáculos, em 138 récitas, sem contar com o que ainda falta programar em eventos como o Fórum do Futuro, que regressa ao Rivoli entre 3 e 9 de Novembro, e o festival Porta-Jazz. A nova temporada do TMP, apresentada esta quinta-feira no Rivoli, assinala o quinto ano desde que o teatro municipal foi reactivado, agora com ligações mais estreitas à cidade e ao mundo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Entre o próximo mês de Setembro e Fevereiro de 2020, o Teatro Municipal do Porto (TMP) vai apresentar 65 espectáculos, em 138 récitas, sem contar com o que ainda falta programar em eventos como o Fórum do Futuro, que regressa ao Rivoli entre 3 e 9 de Novembro, e o festival Porta-Jazz. A nova temporada do TMP, apresentada esta quinta-feira no Rivoli, assinala o quinto ano desde que o teatro municipal foi reactivado, agora com ligações mais estreitas à cidade e ao mundo.

Desta agenda, 11 dos espectáculos serão internacionais, uma dezena em estreia nacional, provindo 31 de companhias e estruturas que trabalham a partir da cidade, além de 24 co-produções serem criadas de raiz, num investimento total para os seis meses de 604 mil euros.

A nova temporada começa precisamente com algumas estreias: a 27 de Setembro, há dança no Rivoli, La Fiesta, uma criação do espanhol Israel Galván; seguindo-se Party, uma peça de teatro da companhia nacional Estrutura.

Em Outubro, Alex Cassal e Paula Diogo, numa união de forças entre Brasil e Portugal, levam ao Campo Alegre a peça A Menor Língua do Mundo. No mesmo mês, Hooman Sharifi (Irão/Noruega), fora de portas, apresenta dança no Palácio da Bolsa, com The dead live on in our dreams, em estreia nacional. Já o Teatro Praga sobe ao palco do Rivoli com Worst of, protagonizada por Rogério Samora, Márcia Breia, São José Correia e Vítor Silva Costa.

O director artístico do TMP, Tiago Guedes, destaca, para o mês de Novembro, Limbo, de Sara Carinhas, no Campo Alegre, “uma peça dura, que fala da realidade dos refugiados numa altura em que salvar vidas pode ser encarado como crime”. Dentro do teatro musical, dá preferência a uma nova versão de A Menina do Mar, “escrita a seis mãos” por Edward Luiz Ayres d'Abreu, Ricardo Neves-Neves e pelo maestro Martin Sousa Tavares, neto de Sophia de Mello Breyner Andresen, autora da obra original. Wen Hiu e Jana Svobodová estreiam também no Campo Alegre Ordinary people, uma co-produção chinesa e checa.

No último mês do ano, Manual da Falla, de Ana Rocha e O Cão Danado, estreia-se no Rivoli. Na dança, no mesmo espaço, Victor Hugo Pontes apresenta Drama.

Em 2020, Janeiro começa com uma co-produção nacional e holandesa, Adagio hammerklavier + Short cut + In the future, da Companhia Nacional de Bailado e Hans van Manen. E em Fevereiro o coreógrafo e bailarino francês Boris Charmatz estreia 10.000 gestes, “uma espécie de caleidoscópio de gestos”, no Rivoli.

Rivoli com mais um dia de festa

Entre 16 e 19 de Janeiro, celebra-se o 88.º aniversário do Rivoli com mais um dia de festa do que este ano. Em 2020, a festa começa na quinta-feira com uma edição especial do Quintas de Leitura e termina no domingo, com uma estreia do Visões Úteis e um espectáculo em estreia nacional da bailarina indiana Shantala Shivalingappa. Serão nove espectáculos, num total de 18 apresentações.

Ainda dentro da programação da nova temporada está o ciclo de conferências Modos de Ocupar, com curadoria do jornalista Pedro Santos Guerreiro. O programa, que decorre entre Outubro e Fevereiro, conta com quatro conferências, que, de acordo com o director artístico, são “um alerta ao serviço público” que o TMP tem que prestar, que surge como “um eco” do que aconteceu “quando o teatro foi ocupado e reivindicado pelo seu público”. Público que Tiago Guedes afirma ter respondido “muito bem ao projecto de teatro municipal”. “Todos os anos, temporada a temporada, o público aumenta”, diz.

O presidente da câmara, Rui Moreira, apresentou dados que confirmam essa subida no número de espectadores: a presente temporada, que termina em meados de Julho, teve mais 15 por cento de público em relação à última, e deverá atingir os 120 mil espectadores, para 120 espectáculos e 215 récitas.

Num balanço dos últimos cinco anos de actividade do TMP, Rui Moreira referiu que desde 2014, data da reactivação do Rivoli e do Campo Alegre enquanto teatros municipais, e até ao final da presente temporada, terão passado pelos dois teatros quase 600 mil espectadores, 570 espectáculos e quatro mil artistas.

O autarca sublinhou ainda o estreitamento de ligações com companhias e artistas internacionais, dando o exemplo da última edição do DDD (Dias da Dança), este ano associado ao FITEI, que contou com 80 programadores internacionais provenientes de mais de 25 países, além de parcerias com outras estruturas de fora do país: “O Teatro Municipal do Porto já não é apenas um teatro da cidade a olhar para o mundo. É, acima de tudo, um teatro do mundo que olha para a sua cidade”.