Jovem condenado a 20 anos de prisão por degolar a mãe
O Tribunal de Almada condenou Nuno Teixeira a 20 anos de prisão. O colectivo de juízes fala de um acervo de provas “avassalador” e destaca a frieza do jovem, que limpou o local enquanto a mãe se esvaía em sangue.
O Tribunal de Almada condenou, esta quarta-feira, um jovem de 24 anos a uma pena de 20 anos de prisão por ter degolado a mãe no ano passado, no anexo da casa onde residiam em Almada. O jovem estava acusado pelo crime de ofensa à integridade física qualificada e por homicídio qualificado. No entanto, foi absolvido do primeiro e condenado a 20 anos pela prática do segundo.
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O Tribunal de Almada condenou, esta quarta-feira, um jovem de 24 anos a uma pena de 20 anos de prisão por ter degolado a mãe no ano passado, no anexo da casa onde residiam em Almada. O jovem estava acusado pelo crime de ofensa à integridade física qualificada e por homicídio qualificado. No entanto, foi absolvido do primeiro e condenado a 20 anos pela prática do segundo.
O crime aconteceu a 27 de Junho do ano passado, quando o jovem esfaqueou a mãe, Etelvina Silva, de 49 anos, 22 vezes na cabeça, pescoço, tórax e nos membros superiores.
Numa primeira ocasião, a 31 de Junho, Nuno Teixeira admitiu ter discutido com a mãe por causa da guarda da filha de 2 anos, o que o levou a desferir os golpes. Depois, como disse, “atirou” a faca no lava-loiças e lavou as mãos no lavatório da casa de banho.
No entanto, a 19 de Junho, o arguido negou ter agido desta forma, e que apenas confessou “devido à pressão dos agentes da judiciária”. Apresentou uma segunda versão, em que contou que dois indivíduos, João e Ricardo, se teriam dirigido ao anexo para “cobrar uma dívida de estupefacientes”. Alegadamente, um deles teria agredido Nuno Teixeira, enquanto o outro matava Etelvina.
Lavou as mãos no lava-loiça
Nesta segunda versão, Nuno Teixeira disse que após os indivíduos saírem do anexo, colocou os dedos no pulso da mãe para ver a pulsação e “deu-lhe um beijo na testa, dizendo que lhe ia fazer justiça”. Desta vez, disse ter lavado as mãos no lava-loiça da cozinha.
No acórdão desta quarta-feira, a juíza disse que esta segunda versão não é “verosímil”, e que “a primeira foi bem mais coerente com os elementos provatórios”.
Na segunda versão, Nuno Teixeira disse ter lavado as mãos na cozinha, mas as provas de ADN da mãe estavam no lavatório da casa de banho. Para além disso, a carteira da vítima manteve-se intacta, com dinheiro e documentos: “Nunca se compreenderia que um grupo de indivíduos ao entrarem para recuperar uma dívida não fosse procurar dinheiro”, declarou a juíza.
O tribunal considerou ainda que as supostas agressões sofridas pelo arguido por Ricardo e João não fazem sentido, porque dois dias depois dos acontecimentos não havia vestígios das mesmas.
“O grau de violência claramente revelador de raiva e ressentimento, compatível com um quadro de zanga e discussão e não com a recuperação de uma dívida”, explicou. Com estes factos provados pelo tribunal, o colectivo de juízes fala de um acervo de provas “avassalador”.
“É avassalador o acervo provatório. Ficou claro para o tribunal que a primeira versão encontra correspondência com a realidade fáctica. Sem margem de dúvidas foi o arguido que tirou a vida da mãe com golpes de facas”, acrescentou a juíza.
O tribunal destacou ainda a forma fria e calculista como Nuno Teixeira limpou o local, “enquanto a sua mãe se esvazia em sangue”.
Ainda no interior da sala o advogado de defesa do jovem anunciou que vai recorrer à condenação.
Texto editado por Pedro Sales Dias