Ajuda para alojamento de bolseiros aumenta 40% no próximo ano lectivo
O elevado preço do arrendamento é, para muitas famílias, um encargo impossível de suportar. Governo avança com programa de alojamento que pretende duplicar a oferta de camas em dez anos e garantir uma resposta para 12 mil alunos nos próximos quatro.
O apoio financeiro dado pelo Estado aos bolseiros do ensino superior para alojamento vai aumentar 40%, passando dos actuais 130 euros para 174 euros, anunciou esta quarta-feira, 26 de Junho, o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A oferta de residências nunca foi suficiente para dar resposta a todos os alunos bolseiros e, por isso, o Governo atribui um complemento de alojamento de cerca de 130 euros para ajudar os estudantes a pagar quartos no mercado livre de arrendamento.
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O apoio financeiro dado pelo Estado aos bolseiros do ensino superior para alojamento vai aumentar 40%, passando dos actuais 130 euros para 174 euros, anunciou esta quarta-feira, 26 de Junho, o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A oferta de residências nunca foi suficiente para dar resposta a todos os alunos bolseiros e, por isso, o Governo atribui um complemento de alojamento de cerca de 130 euros para ajudar os estudantes a pagar quartos no mercado livre de arrendamento.
No próximo ano lectivo, “esse suplemento vai subir para 174,3 euros, o que significa um aumento de 40%”, disse em declarações à Lusa João Sobrinho Teixeira, no final da audição na comissão parlamentar de Educação e Ciência, que decorreu durante toda a manhã.
Esta é uma das medidas do executivo para minimizar o impacto dos elevados preços do arrendamento, que nos últimos anos se tornou numa das principais barreiras no acesso ao ensino superior, uma vez que para muitas famílias é um encargo impossível de suportar. O executivo avançou com um programa de alojamento que pretende duplicar a oferta de camas em dez anos e garantir uma resposta para 12 mil alunos nos próximos quatro anos.
Já em Setembro, deverão estar disponíveis camas em residências e pousadas de todo o país, garantiu João Sobrinho Teixeira.
A residência no bairro lisboeta da Ajuda, que terá capacidade para receber cerca de 300 alunos, é uma das que deverá estar pronta para acolher os estudantes já no próximo ano lectivo, assim como outras três: Portalegre, Ponta Delgada (Açores) e outra em Lisboa — a Residência Maria Beatriz, que pertence ao Politécnico de Lisboa. Já as residências de Águeda, Aveiro e Porto terão de ser alvo de obras, cujo arranque está previsto para quando começarem as aulas.
A alternativa para muitos alunos poderá ser uma das 15 pousadas da juventude que deverão também começar a receber estudantes no início do próximo ano lectivo, apesar de manterem a sua essência de pousada. “Com respostas mais imediatas” estão as pousadas de Almada, Aveiro, Abrantes, Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guimarães, Lisboa, Melgaço, Ponte Lima, Viana do Castelo e Porto”, enumerou o secretário de Estado. Além destas, existem outras quatro pousadas que terão de ser alvo de obras de reabilitação de forma a serem “disponibilizadas totalmente para alojamento de estudantes”.
Também com planos para estar a funcionar já no próximo ano lectivo, está a maioria dos 36 imóveis em Lisboa e em Abrantes do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, uma vez que estão globalmente em bom estado, havendo apenas um ou outro a necessitar de obras.
Os estudantes nacionais, mas também estrangeiros que vivam em países de língua portuguesa, poderão tentar uma vaga nos espaços que serão disponibilizados pelas dioceses: “Estamos a ver os edifícios que possam ser disponibilizados já em Setembro”, disse à Lusa, contando que já esteve em reuniões com as dioceses do Porto, Aveiro, Lamego, e para breve com responsáveis de Lisboa e Leiria.
Sobrinho Teixeira diz que ainda não é possível avançar com o número concreto de alunos que serão abrangidos já em Setembro, uma vez que este é um processo em constante actualização. No entanto, “o processo está a correr melhor do que nós esperávamos”, defendeu o responsável, lembrando que este tipo de projectos implica processos bastante morosos.