Um mundo sem Beatles e sem talento

Verdadeiramente péssimo, uma peça de quinquilharia pop plastificada, com a profundidade cultural dos concursos de talentos da televisão.

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O argumento é de Richard Curtis, um dos instigadores da comédia romântica britânica das últimas décadas (escreveu Quatro Casamentos e um Funeral, O Amor Acontece, entre outros filmes não desprovidos de charme), e a premissa é singular: a imaginação de um mundo onde os Beatles nunca existiram, ou, o que vai dar ao mesmo, desapareceram da memória colectiva. Quando o protagonista (Himesh Patel), um songwriter semi-falhado e muito frustrado, desperta do torpor causado por um acidente de bicicleta durante um misterioso blackout mundial, e descobre com espanto que uma canção como Yesterday, subitamente, já não diz nada a ninguém e ninguém é capaz de a reconhecer, pensamos que o filme até tem algo a que se agarrar: ser, por exemplo, uma espécie de “pós-Fahrenheit 451”, substituindo os homens-livro de Bradbury (e Truffaut) por um homem-disco com a missão solitária de fazer perdurar as obras de Lennon, McCartney e companheiros, e a partir dai reflectir, ou criticar, ou ecoar, a amnésia cultural do século XXI.

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O argumento é de Richard Curtis, um dos instigadores da comédia romântica britânica das últimas décadas (escreveu Quatro Casamentos e um Funeral, O Amor Acontece, entre outros filmes não desprovidos de charme), e a premissa é singular: a imaginação de um mundo onde os Beatles nunca existiram, ou, o que vai dar ao mesmo, desapareceram da memória colectiva. Quando o protagonista (Himesh Patel), um songwriter semi-falhado e muito frustrado, desperta do torpor causado por um acidente de bicicleta durante um misterioso blackout mundial, e descobre com espanto que uma canção como Yesterday, subitamente, já não diz nada a ninguém e ninguém é capaz de a reconhecer, pensamos que o filme até tem algo a que se agarrar: ser, por exemplo, uma espécie de “pós-Fahrenheit 451”, substituindo os homens-livro de Bradbury (e Truffaut) por um homem-disco com a missão solitária de fazer perdurar as obras de Lennon, McCartney e companheiros, e a partir dai reflectir, ou criticar, ou ecoar, a amnésia cultural do século XXI.