Avistamento de Tubarões no Festival Med
Entre quinta e sábado, o 16.º Festival Med volta a reunir no centro histórico de Loulé alguns dos nomes maiores da world music. A primeira noite ficará a cargo de Tubarões, Baba Zula, Diabo na Cruz ou Camané e Mário Laginha.
Quando Ildo Lobo morreu em 2004, seria difícil de acreditar que os Tubarões, parados há dez anos, pudessem ressuscitar para reclamar o seu lugar ímpar na história viva da música cabo-verdiana. Mas foi precisamente para homenagear Ildo Lobo, a mítica voz do incontornável grupo de funaná, morna e coladeira fundado em 1969, que os Tubarões voltaram a juntar-se em palco, em 2015, no Festival da Gamboa. Desde então, com Albertino Évora no lugar de vocalista, têm recriado em palco os clássicos espalhados por álbuns como Djonsinho Cabral ou Porton d’Nôs Ilha. São eles uns dos grandes protagonistas da primeira noite do 16.º Festival Med, a decorrer entre quinta-feira e sábado, no centro histórico de Loulé.
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Quando Ildo Lobo morreu em 2004, seria difícil de acreditar que os Tubarões, parados há dez anos, pudessem ressuscitar para reclamar o seu lugar ímpar na história viva da música cabo-verdiana. Mas foi precisamente para homenagear Ildo Lobo, a mítica voz do incontornável grupo de funaná, morna e coladeira fundado em 1969, que os Tubarões voltaram a juntar-se em palco, em 2015, no Festival da Gamboa. Desde então, com Albertino Évora no lugar de vocalista, têm recriado em palco os clássicos espalhados por álbuns como Djonsinho Cabral ou Porton d’Nôs Ilha. São eles uns dos grandes protagonistas da primeira noite do 16.º Festival Med, a decorrer entre quinta-feira e sábado, no centro histórico de Loulé.
Com dez palcos a funcionar diariamente – os principais dedicados às músicas do mundo, os restantes abrigando também a poesia, a música clássica, o fado e as bandas regionais –, a par dos Tubarões a quinta-feira não será parca em motivos de interesse: do rock psicadélico endiabrado dos turcos Baba Zula e do mestre tunisino do oud Dhafer Youssef, à enorme curiosidade que gera a actuação dos Diabo na Cruz (na digressão de despedida em que avançam sem o vocalista original, Jorge Cruz, depois de este ter abandonado o grupo há um mês) e o encontro entre o fadista Camané e o pianista Mário Laginha.
O fado voltará na noite de sexta-feira, pela mão de Gisela João, numa jornada que permitirá também esbarrar nas diferentes e exultantes formas de celebrar a música brasileira nos concertos de Marcelo D2 (pelo lado do hip-hop e do funk) e de Francisco, el Hombre (fazedores de um rock que suga toda a América Latina para as suas canções), assim como na enorme distância que vai da África da moçambicana Selma Uamusse à dos tuaregues Kel Assouf. No sábado, não há como fugir à banda sonora de uma nova Lisboa oferecida por Dino D’Santiago, à esfuziante urbanidade do congolês Tshegue e ao flamenco-pop da ex-Ojos de Brujo Marinah.