Ninguém escolhe por ti
Não importa quem somos, todos têm de encarar a vida com o rosto que conseguirem. Independentemente do nível de consciência em que estejamos, a decisão é sempre nossa, ponto.
A vida não é nada mais, nada menos do que uma sucessão de escolhas, em que, para cada acção, existe um resultado ou uma consequência, se quisermos acentuar o peso da responsabilidade. Desde que acordamos até que adormecemos, estamos sempre a escolher: o que vestir, dizer, comer, fazer, etc. Muitos julgam-se vítimas das circunstâncias, acreditando piamente que tudo é obra do acaso, esse senhor que, pelos vistos, quer o mal de muita gente. Outros assumem as rédeas das suas vidas, responsabilizando-se por quem são e por aquilo que fazem.
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A vida não é nada mais, nada menos do que uma sucessão de escolhas, em que, para cada acção, existe um resultado ou uma consequência, se quisermos acentuar o peso da responsabilidade. Desde que acordamos até que adormecemos, estamos sempre a escolher: o que vestir, dizer, comer, fazer, etc. Muitos julgam-se vítimas das circunstâncias, acreditando piamente que tudo é obra do acaso, esse senhor que, pelos vistos, quer o mal de muita gente. Outros assumem as rédeas das suas vidas, responsabilizando-se por quem são e por aquilo que fazem.
Não importa quem somos, todos têm de encarar a vida com o rosto que conseguirem. Independentemente do nível de consciência em que estejamos, a decisão é sempre nossa, ponto. Com tantas decisões que, diariamente, precisamos tomar, torna-se complexo “acertar” sempre. A aparente falta de pontaria conduz-nos, por diversas vezes, a sentimentos de dor, arrependimento, desilusão, medo e stress. Os mais velhos dizem-nos que só a experiência consegue clarear o caminho até à decisão acertada. Concordo plenamente. Mas será que não existe outra forma? Não podemos meter-nos num atalho que não nos coloque em mais trabalhos?
Não acredito em receitas ou soluções milagrosas que nos entreguem o sucesso de mão beijada. Como podem ver, o título desta crónica não é “Os 10 passos para tomar boas decisões”. Ainda assim, sinto que está ao alcance de qualquer um a capacidade de fazer as melhores escolhas possíveis. Por mais que não consigamos acreditar ou que nos digam que não é bem assim, nós já somos tudo o que precisamos. E, como não poderia deixar de ser, é nessa surpreendente perfeição que iremos encontrar todas as respostas.
Olhar por entre a essência requer algo bastante simples: parar. Temos de matar as saudades que temos de nós próprios. Atenção que abrandar não é estagnar. Não vamos perder nada, ou ficar para trás, por termos ido sair connosco. Precisamos de dar-nos um tempo para que possamos observar-nos. Ver o que está bem e o que precisa de ser trabalhado. Sem receio ou preocupação, pois tudo o que está em nós, pertence-nos, daí termos a capacidade de aceitar e lidar com o assunto.
É também fundamental contemplar o que se passa cá dentro sem julgar. Só existem culpados se acontecer um julgamento. Para quê complicar? Após regressarmos a nós, adquirimos, automaticamente, o direito a consultar a origem de muitas das decisões que temos vindo a tomar. É na motivação de cada escolha que reside a sua consequência e, por sua vez, a causa de nos sentirmos de determinada maneira.
Aproveitando este raciocínio, gostava de desafiar-vos a observarem como se sentem após lerem, pausadamente, cada uma destas perguntas:
- Escolhi esta licenciatura porquê?
- O que me leva a permanecer neste emprego?
- Por que razão estou neste relacionamento?
- Aceito que me tratem mal porquê?
- O que me leva a comportar assim no trânsito?
- Às vezes sou agressivo porquê?
- Comprei este telemóvel porque me fazia falta?
- Estou no ginásio porquê?
- O que me leva a vestir assim?
- Por que razão nem sempre digo aquilo que sinto?
- Gosto de ser quem sou?
Tirando as perguntas que não se aplicam, certamente repararam que, após lerem cada uma delas, foram imediatamente transportados para um determinado lugar. Não importa se é bom ou mau, o importante é observar e absorver o que podemos aprender.
Se aquilo que nos motivou a escolher a licenciatura foi algo positivo como a paixão ou o entusiasmo, provavelmente agora, apesar das possíveis incertezas, sentimos-nos realizados e de consciência tranquila. Se o que nos motiva a permanecer no emprego é o medo da incerteza do futuro, então é quase garantido que estamos a alimentar uma vida repleta de frustração e amargura. Posto isto, por que escolhes fazer o que fazes? Qual a razão da saída de determinadas palavras da tua boca? Será que tens de ser controlado pelos teus sentimentos? Não sei, diz-me tu.