Na semana passada Trump anunciou ter cancelado um ataque contra o Irão por retaliação pelo abatimento de um drone porque o número de vítimas potenciais — 150 pessoas — era “desproporcional” em relação ao dano provocado. Podemos alegar que este é o relato do próprio Trump e que as coisas podem não se ter passado bem assim, ou podemos lembrar que as ameaças dele contra o Irão já são desestabilizadoras o suficiente. Mas se fizermos um esforço por abstrair de ter sido Trump a dizê-lo, o facto é que só a entrada da palavra “proporcionalidade” nas considerações de um presidente americano é digna de nota. Ainda há não muito tempo a doutrina americana se caracterizava precisamente pela sua desproporcionalidade. Gente como o General (e chefe da diplomacia de Bush) Colin Powell defendia após os ataques do 11 de setembro a doutrina do “um por cento”: um risco de 1% de um ataque contra os EUA deveria ser tratado como uma certeza e levar uma resposta equivalente a essa suposta certeza.
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Na semana passada Trump anunciou ter cancelado um ataque contra o Irão por retaliação pelo abatimento de um drone porque o número de vítimas potenciais — 150 pessoas — era “desproporcional” em relação ao dano provocado. Podemos alegar que este é o relato do próprio Trump e que as coisas podem não se ter passado bem assim, ou podemos lembrar que as ameaças dele contra o Irão já são desestabilizadoras o suficiente. Mas se fizermos um esforço por abstrair de ter sido Trump a dizê-lo, o facto é que só a entrada da palavra “proporcionalidade” nas considerações de um presidente americano é digna de nota. Ainda há não muito tempo a doutrina americana se caracterizava precisamente pela sua desproporcionalidade. Gente como o General (e chefe da diplomacia de Bush) Colin Powell defendia após os ataques do 11 de setembro a doutrina do “um por cento”: um risco de 1% de um ataque contra os EUA deveria ser tratado como uma certeza e levar uma resposta equivalente a essa suposta certeza.