Desesperadamente procurando o outro

Meg Stuart criou uma peça colectiva que se divide em duas partes: a primeira em busca do toque, a segunda ligada à magia, as duas criando zonas de intimidade. Until Our Hearts Stop estará a 27 e 28 de Junho na Culturgest.

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Maarten Vanden Abeele

Meg Stuart vinha de um solo em que se dissecava a si mesma em palco, reflectia sobre o seu corpo como campo de memórias e dele extraía uma série de histórias que dispunha diante do público, espalhando toda uma série de pistas para se tentar perceber enquanto artista e enquanto mulher. Hunter era, por isso, um lugar de intimidade absoluta, mas que a experiência de partilha acontecia sobretudo através da fabricação de uma rememoração em voz alta e não tanto por via de uma torrente confessional. Ao partir para a criação seguinte, Until Our Hearts Stop, a coreógrafa norte-americana há muito a viver entre Berlim e Bruxelas sabia que queria partir numa direcção contrária, apontando a “uma peça de grupo, em que trabalhasse a intimidade, o contacto e o toque num espaço amplo, como acontece numa situação teatral”.