O novo atletismo deu o primeiro ouro português
Portugal duplicou o número de medalhas, ampliando para seis o total de posições de pódio obtidas nestes segundos Jogos Europeus. Ouro e bronze no atletismo e mais uma prata na ginástica acrobática
Um português, no lugar mais alto do pódio, na prova-rainha do atletismo? Parece mentira, mas aconteceu mesmo nos Jogos Europeus, em Minsk: Carlos Nascimento conquistou a medalha de ouro nos 100m, numa competição com um formato muito particular — o site oficial chama-lhe “a versão hip-hop do atletismo” — e atreito a confusões. Para a história ficará o ouro do velocista português, numa jornada em que a estafeta mista 4x400m também conquistou o bronze, e na ginástica acrobática o trio Bárbara Sequeira, Francisca Maia e Francisca Sampaio Maia somou mais uma prata, a juntar à prata e ao bronze da véspera.
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Um português, no lugar mais alto do pódio, na prova-rainha do atletismo? Parece mentira, mas aconteceu mesmo nos Jogos Europeus, em Minsk: Carlos Nascimento conquistou a medalha de ouro nos 100m, numa competição com um formato muito particular — o site oficial chama-lhe “a versão hip-hop do atletismo” — e atreito a confusões. Para a história ficará o ouro do velocista português, numa jornada em que a estafeta mista 4x400m também conquistou o bronze, e na ginástica acrobática o trio Bárbara Sequeira, Francisca Maia e Francisca Sampaio Maia somou mais uma prata, a juntar à prata e ao bronze da véspera.
Estes Jogos Europeus disseram adeus ao atletismo como todos o conhecíamos para darem as boas-vindas ao Dynamic New Athletics (DNA, qualquer coisa como Novo Atletismo Dinâmico). Nove provas disputadas em quatro séries de qualificação, cada uma delas a envolver seis selecções, que somaram pontos em função dos resultados para uma classificação que deu o apuramento para as meias-finais. Ou seja, na primeira série de qualificação seis selecções cumpriram os 100m masculinos, salto em comprimento feminino, lançamento do dardo feminino, 100m femininos, estafeta 4x400m mista, 110m barreiras masculinos, salto em altura masculino, 100m barreiras femininos e estafeta mista medley (perseguição). Na segunda série outras seis selecções cumpriram o mesmo programa, e assim sucessivamente até à quarta e última série de qualificação, na qual esteve integrada a selecção portuguesa.
Tudo isto já seria bastante diferente, mas a organização ainda conseguiu acrescentar uma originalidade: apesar de definir o primeiro dia de competição em DNA como “ronda de qualificação”, atribuiu desde logo as medalhas nos nove eventos individuais disputados ontem. O décimo conjunto de medalhas será entregue na sexta-feira, e premiará o desempenho colectivo das selecções nas finais. Alemanha, Rússia, República Checa e Ucrânia venceram as respectivas séries de apuramento e estão qualificadas para as meias-finais, assim como França e Bielorrússia, as duas melhores segundas classificadas. As restantes 18 equipas vão competir nos quartos-de-final (três séries, com seis equipas cada, para definir as outras seis apuradas).
É verdade que ainda poderá haver desempenhos melhores no que resta da competição de DNA, mas as medalhas individuais já ficaram entregues ontem. E Portugal conquistou duas: o ouro de Carlos Nascimento nos 100m e o bronze da estafeta mista 4x400m. Com uma marca de 10,35s, o velocista português subiu ao lugar mais alto do pódio, à frente do eslovaco Jan Volko (10,38s) e do turco Jak Ali Harvey (10,42s), embora até tenha feito pior do que nos Europeus de 2018, em Berlim, onde correu o hectómetro em 10,31s — na ocasião o 14.º melhor tempo entre os semifinalistas, falhando a presença na final. Pouco depois, a estafeta composta por Ricardo dos Santos, Cátia Azevedo, Rivinilda Mentai e João Coelho arrebatou o bronze em 4x400m (3m19,63s), atrás da Rep. Checa (prata com 3m19,05s) e da Ucrânia (ouro com 3m17,31s).
A terceira medalha do dia pertenceu à ginástica acrobática, com o trio formado por Bárbara Sequeira, Francisca Maia e Francisca Sampaio Maia a obter mais uma prata, no exercício combinado, a somar à prata e bronze que tinha conquistado na véspera. “Em qualquer delas [três provas de medalha] houve coisas que sabemos que podemos melhorar. Vamos trabalhar para isso agora para o Europeu, que é a prova mais próxima”, assinalou Francisca Maia.
No ténis de mesa, Marcos Freitas, Fu Yu e Jieni Shao apuraram-se para a quarta ronda, enquanto Tiago Apolónia ficou pelo caminho. O ciclista Nélson Oliveira foi o melhor português na prova de estrada, com um décimo lugar. Depois do bronze de Telma Monteiro, não houve motivos de festa no judo: Anri Egutidze e Bárbara Timo foram eliminados na segunda ronda das respectivas categorias, e Carlos Luz, Jorge Fernandes e Nuno Saraiva caíram logo ao primeiro combate.
João Costa, prata na prova de tiro com pistola a 10 metros em 2015, falhou a final, tal como Joana Castelão. João Paulo Azevedo, Ana Rita Rodrigues e Maria Barros também ficaram longe da final na prova de tiro com armas de caça.