Quem são os deputados que já não voltam em Outubro?
No PSD sucedem-se os nomes que anunciam já um afastamento do próximo ciclo eleitoral.
Com o aproximar do fim da legislatura e do início da discussão das listas torna-se claro que há deputados, das diferentes cores políticas, que já não se vão sentar nas bancadas parlamentares em Outubro, após as legislativas. No PSD, contam-se vários deputados, alguns ex-membros do anterior Governo, que já se auto-excluíram como candidatos, deixando transparecer, em vários casos, a tensão que existe entre a bancada e a direcção de Rui Rio.
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Com o aproximar do fim da legislatura e do início da discussão das listas torna-se claro que há deputados, das diferentes cores políticas, que já não se vão sentar nas bancadas parlamentares em Outubro, após as legislativas. No PSD, contam-se vários deputados, alguns ex-membros do anterior Governo, que já se auto-excluíram como candidatos, deixando transparecer, em vários casos, a tensão que existe entre a bancada e a direcção de Rui Rio.
Um dos casos mais mediáticos dos últimos dias é o de Teresa Morais, que anunciou nas redes sociais a despedida como deputada por Leiria, círculo pelo qual foi cabeça de lista em 2015. A ex-secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares no Governo PSD/CDS assumiu não querer ter “nada em comum” com quem está a fazer “definhar” o seu partido, “a excluir, em vez de acrescentar”.
Já depois desta posição, foi pública a decisão de Emília Santos, que foi número três pelo Porto em 2015, anunciar que não será candidata em Outubro. Na bancada do PSD há outros deputados que, nos últimos tempos, fizeram saber que se vão afastar. É o caso de António Leitão Amaro, vice-presidente da bancada e que apoiou Rui Rio nas eleições internas. A decisão, justificou, vai torná-lo “melhor servidor público” no futuro.
Outras figuras do PSD, como a ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz (que é uma crítica da actual direcção), o ex-porta-voz da comissão política de Passos Coelho Marco António Costa e o vice-presidente da Assembleia da República José Matos Correia já assumiram que não estarão nas próximas listas de deputados.
Deputados como Manuel Frexes (até agora líder da distrital de Castelo Branco), Maurício Marques (eleito por Coimbra), Ulisses Pereia (Aveiro) e Sérgio Azevedo (Lisboa) também já se excluíram da próxima bancada social-democrata. No caso de Maurício Marques, que era líder da distrital de Coimbra, a saída foi mesmo anunciada na sequência da contestação de Luís Montenegro à liderança de Rui Rio em Janeiro deste ano. No conselho nacional em que o líder saiu vitorioso, Maurício Marques fez um dos mais violentos ataques da noite à direcção do partido. A seguir demitiu-se de líder da distrital e anunciou que não estaria disponível para voltar a ser deputado neste ciclo eleitoral.
Ainda antes de ter contestado a liderança de Rio, já Luís Montenegro, ex-líder parlamentar, tinha deixado a bancada. Outros deputados fizeram o mesmo entretanto: o ex-ministro José Pedro Aguiar-Branco e o ex-secretário de Estado Luís Campos Ferreira.
No CDS também há nomes que não farão parte da próxima bancada. Um deles é Pedro Mota Soares, ex-ministro da Segurança Social, que não foi incluído na lista ao Parlamento por já ser candidato a eurodeputado. A lista relativa à quota de nomes indicados pela direcção nacional - com os cabeças de lista por distrito - foi fechada antes das europeias, o que dentro do partido foi apontado como um erro. Mota Soares não foi eleito para o Parlamento Europeu.
De saída está Teresa Caeiro, vice-presidente da Assembleia da República, e que foi eleita deputada pela primeira vez em 2002. A antiga secretária de Estado das Artes no Governo de Santana Lopes já tinha deixado a comissão política nacional de Assunção Cristas no último congresso. A quase um ano do fim da legislatura, a bancada do CDS perdeu outro nome: o de Filipe Lobo d’Ávila, crítico da direcção de Assunção Cristas. Já não regressa em Outubro, tal como Ilda Novo, que veio substituir Abel Baptista Santos, que saiu em ruptura com a líder do CDS.
Entre os socialistas há pelo menos uma deputada – Wanda Guimarães - que aproveitou o que está previsto no regimento da Assembleia da República para fazer uma declaração de despedida no Parlamento. Não voltarão à bancada do PS em Outubro Maria Manuel Leitão Marques e Margarida Marques, que foram eleitas para o Parlamento Europeu. É certo também que Paulo Trigo Pereira termina o seu mandato de deputado, depois de ter sido eleito pelo PS em 2015 como independente e de ter deixado a bancada socialista há meses para se registar como não inscrito.
Na bancada do PCP também já são claras algumas mudanças. Nesta legislatura saiu Miguel Tiago ao fim de 13 anos como deputado. O PCP já divulgou, entretanto, alguns dos nomes dos seus cabeças de lista e colocou Rita Rato a liderar o círculo da Europa, onde o partido nunca elegeu representantes. A deputada, que foi eleita pela primeira vez em 2009, não deverá assim voltar à bancada do PCP, em Outubro.
O Bloco de Esquerda já não contará com dois nomes: Pedro Soares, que alegou motivos pessoais para se afastar do Parlamento, e Paulino Ascensão, deputado eleito pela Madeira que renunciou ao mandato em Abril do ano passado, depois de ter sido noticiado que foi um dos deputados que beneficiaram da duplicação de apoios nas deslocações.