Viagem à Islândia
O leitor Helder Taveira conta como foi a sua viagem de sonho à Islândia na companhia da filha Ana Paula.
Uma das minhas viagens de sonho, era desde há muito, a viagem à Islândia, por aí se encontrarem das mais belas paisagens de cascatas, glaciares, vulcões e também pela possibilidade de ver as auroras boreais. Assim, em Abril passado, com a minha filha Ana Paula, fomos à terra do gelo – infelizmente, não vimos as auroras boreais, mas nem por isso a viagem deixou de ser menos enriquecedora.
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Uma das minhas viagens de sonho, era desde há muito, a viagem à Islândia, por aí se encontrarem das mais belas paisagens de cascatas, glaciares, vulcões e também pela possibilidade de ver as auroras boreais. Assim, em Abril passado, com a minha filha Ana Paula, fomos à terra do gelo – infelizmente, não vimos as auroras boreais, mas nem por isso a viagem deixou de ser menos enriquecedora.
Aterramos em Keflavik perto das 19h. Ainda era dia e assim ficou até pelo menos às 22h. Keflavik é uma zona piscatória e à sua volta uma grande extensão árida quase sem vegetação. Nos anos sessenta, foi um dos locais onde astronautas americanos treinaram antes de se aventurarem na ida até à Lua. Acreditava-se que era o local mais parecido que tínhamos no planeta Terra.
A Islândia, com área superior a Portugal (incluindo as ilhas) não poderia ser visto numa semana, pelo que iríamos ficar pelo sul, por nessa área se encontrarem verdadeiras obras-primas na natureza, naquele que é conhecido como o triângulo dourado. Seguindo pela estrada nacional 1, que circunda a ilha, e seguindo por rectas a perder de vista.
Tivemos oportunidade de ver cascatas de cortar a respiração, glaciares que nos fazem pensar estar de facto noutro planeta e vulcões (como o Eyjafjallajökull, cuja última erupção ocorrida em 2010 colocou a Islândia no mapa).
De Reiquiavique, saímos em direcção ao parque Natural Thingvellir, que a Unesco declarou património da humanidade em 2004. O parque encontra-se num vale do rift que marca a fronteira entre as placas tectónicas da América do Norte e as eurasianas (Europa e Ásia). A passagem pela Gullfoss (cascata dourada) foi impressionante.
Continuando pelo sul, passamos numa pequena aldeia piscatória, VÍK, com cerca de 350 habitantes e onde se encontra uma praia, Reynisfjara, com um grande areal de areia negra, a fazer lembrar-me as praias do Açores.
Reynisfjara é a mais famosa praia de areia negra da Islândia e uma das mais conhecidas do mundo. Se por lá passar, maravilhe-se com o poder do oceano, mas não de deixe encantar com a beleza das ondas, pois o mar nesta praia é bastante perigoso.
Depois de percorrermos muitos quilómetros em rectas e com uma paisagem árida, chegamos à lagoa glaciar Jokulsárlon, onde sentimos o frio polar que sopra da Gronelândia, já muito próximo desta ilha. A lagoa começou a formar-se em 1940, quando o glaciar começou a diminuir. Com uma praia de areia preta ao fundo, é possível ver os icebergs que se desprendem do glaciar e fazem o seu caminho até ao mar, ficando alguns perdidos na praia. Cada momento e cada foto são únicos, pois os glaciares vão mudando de forma todos os dias. Este lugar foi cenário do filme de James Bond, Die Another Day.
No dia seguinte, esperávamos mais um lugar fabuloso, o parque natural Skaftafell. Aí fizemos uma curta caminhada até ao glaciar Vatnajokull, o maior glaciar da Europa. Pelo trilho, íamos passando por inúmeras cascatas, cada uma a mais bonita.
O dia de Páscoa estava reservado para ver cascatas Seljalandfoss e Skógafoss. A primeira é única. Além de ter um tamanho que impressiona, esta cascata é alimentada por água do glaciar Eyafjallajokull. Tivemos a oportunidade de passar por detrás da cascata e apanhar uma valente molha. Mas valeu a pena.
A Skógafoss impressiona também pela sua grandeza. Subindo algumas dezenas de degraus, ficamos muito próximo da cascata, ouvindo assim o barulho ensurdecedor da água a cair.
Na Islândia, cada recanto está devidamente protegido. Surpreendeu-me muito o cuidado com a natureza. O musgo que cresce e cobre a lava vulcânica faz um efeito muito bonito, sendo paisagem protegida e absolutamente proibido apanhá-lo, ou mesmo caminhar sobre ele.
O dia terminou na estação geotérmica de Grindavik, onde se situa a Lagoa Azul e que será o local mais visitado pelos turistas. Depois de um banho retemperador nas águas a cerca de 37º, com direito a uma cidra bem fresquinha, regressamos a Reiquiavique.
A cidade é pequena e sossegada por onde apetece passear. Subimos ao alto da igreja Hallgrismark para daí ter uma vista fabulosa da cidade com as suas casas de diferentes cores.
As casas são sóbrias e simples, mas é essa simplicidade que as torna únicas. As pessoas são simpáticas e têm hábitos de vida saudáveis. A esperança média de vida ultrapassa os 80 anos. A isso não será alheia a alimentação à base de peixe fresco, e da água pura e sem necessidade de tratamento químico, que corre directamente dos glaciares para a torneira de casa.
O nível de vida, para nós portugueses, pode dizer-se que é caro, bastante caro. Uma cerveja num restaurante, ronda as 1200 coroas, cerca de 8 euros. Um jantar para duas pessoas, mesmo sem vinho, facilmente, ultrapassa os 80 euros.
Helder e Ana Paula Taveira