Grávidas devem ligar para o 112 ou para a saúde 24. Encerramento pode começar logo no início de Julho

Em declarações ao PÚBLICO o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo adianta que o esquema de fecho das urgências pode começar logo no início de Julho, embora seja a partir da segunda quinzena que o problema se agrava.

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Nuno Ferreira Santos

O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Pisco, adiantou esta manhã ao PÚBLICO que os encerramentos rotativos das urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais da Grande Lisboa - Maternidade Alfredo da Costa, Hospital de Santa Maria, Hospital de São Francisco Xavier e Hospital Amadora-Sintra podem começar já no princípio do mês de Julho, embora seja a partir da segunda quinzena e até à primeira quinzena de Setembro que o problema de falta de obstetras e anestesistas para assistência às grávidas se agrava substancialmente.

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O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Pisco, adiantou esta manhã ao PÚBLICO que os encerramentos rotativos das urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais da Grande Lisboa - Maternidade Alfredo da Costa, Hospital de Santa Maria, Hospital de São Francisco Xavier e Hospital Amadora-Sintra podem começar já no princípio do mês de Julho, embora seja a partir da segunda quinzena e até à primeira quinzena de Setembro que o problema de falta de obstetras e anestesistas para assistência às grávidas se agrava substancialmente.

“Tentaremos que nestes três meses de Verão, e perante um problema grave, não existam falhas inesperadas”, explicou Luís Pisco, que prefere falar em serviços que “não vão estar abertos ao exterior” do que utilizar a palavra “encerramento”.

Confrontado sobre o que devem fazer as mulheres que durante este período de tempo sintam necessidade de recorrerem ao serviço de urgência obstétrica — seja por um problema na gravidez, seja porque simplesmente entraram em trabalho de parto — Luís Pisco aconselha que haja sempre uma chamada para o 112 ou para a linha Saúde 24, uma vez que nestes serviços haverá sempre a informação sobre que serviços estão abertos naquele dia.

O presidente da ARSLVT ainda não sabe de que forma vão ser informadas as utentes do SNS sobre a escala que vai ser feita entre os quatro hospitais, mas garantiu ao PÚBLICO que essa é uma preocupação e que será uma questão a resolver nas próximas reuniões.

Em todo o caso, Luís Pisco deixa a garantia de que nenhuma mulher ficará sem atendimento caso se dirija a um destes hospitais que não tenham a urgência aberta ao exterior. “Se por sua iniciativa uma grávida se dirigir a Santa Maria e nesse dia a urgência não estiver aberta ao exterior, Santa Maria atende”.

O presidente da ARSLVT esclarece que este é um problema que tem vindo a ser conversado entre as várias entidades há mais de um ano. refere que o seu papel é o de levar ao Ministério da Saúde e ao Governo as preocupações que lhe são transmitidas pelos profissionais de saúde e pelos administradores hospitalares e diz que sente que é “ouvido” pela tutela.

O PÚBLICO tentou falar com a ministra da Saúde, mas neste momento o gabinete de Marta Temido está a remeter todas as declarações para a ARSLVT.

Para a semana haverá nova reunião entre a ARSLVT e os quatro hospitais, desta vez já com os anestesistas presentes, uma vez que, tal como noticiou o PÚBLICO, a situação pode agravar-se ainda mais com as escalas de férias destes especialistas. Na Maternidade Alfredo da Costa, por exemplo, há obstetras suficientes, mas a falta de anestesistas pode comprometer a abertura ao público da urgência.