No exame de Física só foi preciso calculadora para responder a uma pergunta
Sociedade Portuguesa de Física considera que o exame foi mais fácil do que o de 2018, mas a sua presidente receia que as notas se possam ressentir devido à atenção exigida pela última parte da prova.
Dos 26 itens que integravam o exame de Física e Química A, havia um “que exigia a utilização de calculadora gráfica”, aponta a Sociedade Portuguesa de Física (SPF) num parecer sobre esta prova do 11.º ano. A SPF adianta que este item estava “construído de forma bem dirigida, embora não contivesse a instrução explícita de que o examinando deveria fazer uso da calculadora gráfica, que tanto trabalho deu a professores e examinandos para ser colocada em modo de exame”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Dos 26 itens que integravam o exame de Física e Química A, havia um “que exigia a utilização de calculadora gráfica”, aponta a Sociedade Portuguesa de Física (SPF) num parecer sobre esta prova do 11.º ano. A SPF adianta que este item estava “construído de forma bem dirigida, embora não contivesse a instrução explícita de que o examinando deveria fazer uso da calculadora gráfica, que tanto trabalho deu a professores e examinandos para ser colocada em modo de exame”.
Este é um reparo ao Júri Nacional de Exames que nas instruções enviadas às escolas determinou que os alunos só podiam utilizar calculadoras gráficas no exame de Física e Química A se estas estivessem em modo de exame, de modo a não poderem aceder a informações guardadas em memória. E que esta funcionalidade (modo de exame) só deveria ser activada já dentro das salas onde se realizaram as provas, “na presença do professor coadjuvante [vigilante]”.
O JNE determinou também que caso um aluno se apresentasse com uma calculadora que não tenha esta funcionalidade, “por uma questão de equidade deverá proceder à limpeza da memória da calculadora na sala onde se realiza o exame, também na presença do professor coadjuvante”.
Estas obrigações motivaram aliás um protesto dos professores da Escola Secundária Camões, em Lisboa, por considerarem que eram discriminatórias dos alunos com menos recursos.
Ainda sobre o exame desta quarta-feira, a SPF considera que o seu grau de dificuldade é “inferior” ao da prova realizada em 2018, “embora alguns itens exijam uma leitura mais atenta de gráficos e de textos, relativamente a anos anteriores”.
“É uma prova mais curta, mas que exige maior reflexão por parte dos alunos”, resumiu ao PÚBLICO a presidente da SPF, Conceição Silva. Por essa razão, e embora no parecer da sociedade se refira que “a extensão da prova é adequada ao tempo previsto para a sua resolução”, esta docente receia que as duas horas dadas aos alunos para fazerem o exame não tenham sido suficientes para tudo.
Conceição Silva chama também a atenção para o facto de a última parte do exame ser aquela que “exigia maior atenção por parte dos alunos” e poder por isso vir “a danificar um pouco as notas”.
O exame de Física e Química A foi realizado por 40.813 alunos. Estavam inscritos 44.390.