Carlos Costa pediu escusa das decisões da CGD e comissão de ética diz que fez bem

Comissão de ética diz que o pedido de escusa do governador está conforme as regras do Banco de Portugal, indiciando que admite que poderia haver conflito de interesses. Elisa Ferreira não pediu escusa e a mesma comissão concorda.

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Carlos Costa: o governador do Banco de Portugal foi administrador da Caixa entre 2004 e 2006 LUSA/ANDRE KOSTERS

Durante semanas, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa foi questionado sobre a sua idoneidade por ter sido administrador da Caixa Geral de Depósitos entre 2004 e 2006, quando foram aprovados alguns dos créditos problemáticos para o banco público. Na altura, Carlos Costa disse que não seria avaliada a sua idoneidade, como foi avaliada a de outros ex-administradores, mas que o assunto iria ser avaliado pela comissão de ética do Banco de Portugal (BdP).

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Durante semanas, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa foi questionado sobre a sua idoneidade por ter sido administrador da Caixa Geral de Depósitos entre 2004 e 2006, quando foram aprovados alguns dos créditos problemáticos para o banco público. Na altura, Carlos Costa disse que não seria avaliada a sua idoneidade, como foi avaliada a de outros ex-administradores, mas que o assunto iria ser avaliado pela comissão de ética do Banco de Portugal (BdP).

Carlos Costa não pediu nenhum parecer sobre o assunto, mas informou a comissão de ética que tinha pedido escusa de todos os assuntos relacionados com a auditoria da Ernst&Young às contas da Caixa Geral de Depósitos nos últimos 15 anos. Agora, aos deputados da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD chegou uma avaliação dessa comissão a dizer que o governador, à luz das regras do BdP, esteve bem na sua conduta e fez bem em pedir escusa.

“Na conduta que o governador adoptou relativamente às matérias relacionadas com a auditoria da Ernst&Young à CGD foram acautelados os deveres gerais de conduta estabelecidos no Código de Conduta dos membros do conselho de administração do Banco de Portugal”, conclui a comissão. Além disso, considera que “a decisão de pedir escusa de participar no processo de tomada de decisão pelo conselho de administração sobre matérias decorrentes da auditoria Ernst&Young à CGD está conforme com os princípios e objectivos substanciais desse Código de Conduta”.

A comissão de ética avaliou também a decisão da vice-governadora, Elisa Ferreira, de não pedir escusa e de considerar que não havia conflito de interesses na sua actuação enquanto administradora do BdP pelo facto de o seu marido ter sido administrador da La Seda, um dos projectos que criaram maiores perdas para a CGD. 

A comissão de ética refere que também neste caso não recebeu qualquer pedido de parecer - à semelhança do que fez o governador -, mas que recebeu informações da vice-governadora sobre o tema. A comissão de ética concordou com a posição de Elisa Ferreira e “entendeu não existir fundamento para se concluir haver, no caso em apreço, uma situação de conflito de interesses, tendo considerado adequada e correcta a posição tomada pela vice-governadora Elisa Ferreira perante o Conselho de Administração”.