Movimento lança petição para impedir a demolição da praça de touros da Póvoa de Varzim

A petição do Movimento em Defesa das Touradas na Póvoa de Varzim já conta com mais de seis mil assinaturas.

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Gonçalo Dias

O Movimento em Defesa das Touradas na Póvoa de Varzim lançou, esta segunda-feira, uma petição contra a demolição da praça de touros da Póvoa. Em comunicado enviado à imprensa, o movimento classifica a decisão como “um ataque de ódio” do presidente da câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, à cultura tauromáquica.

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O Movimento em Defesa das Touradas na Póvoa de Varzim lançou, esta segunda-feira, uma petição contra a demolição da praça de touros da Póvoa. Em comunicado enviado à imprensa, o movimento classifica a decisão como “um ataque de ódio” do presidente da câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, à cultura tauromáquica.

A petição foi criada depois de se saber, tal como o PÚBLICO noticiou, que Aires Pereira tinha decidido demolir a praça. O movimento defende a “recuperação e modernização da praça” para albergar outros eventos, convertendo-se num “espaço multiusos, mas mantendo a função original”, e dá o exemplo do projecto do Campo Pequeno.

A transformação da praça é uma ideia partilhada pela PróToiro, a Federação Portuguesa de Tauromaquia, que em resposta ao PÚBLICO acusa a Câmara da Póvoa de Varzim de “discriminação cultural contra a liberdade de escolha dos poveiros”, ao excluir “explicitamente as touradas”. A entidade vai mais longe e assevera que a decisão de demolir a praça de touros, tal como foi o decreto que proibia touradas na cidade, constitui uma “violação clara e inequívoca” das obrigações legais do município.

O Movimento em Defesa das Touradas assegura que vai continuar a lutar “até às últimas consequências” contra a decisão de “destruir um património que não é só da Póvoa de Varzim, mas sim de todo o Portugal”.

A PróToiro avisa que vai fazer “tudo” para impedir “devaneios políticos” cujo único objectivo é “reescrever uma história marcada pela liberdade e respeito pela diversidade cultural”. “Não deixaremos nunca que estes revisionistas apaguem da realidade uma actividade cultural da maior importância social, económica e artística”, acrescenta a associação promotora de touradas.

Argumentando ainda que a tauromaquia “vive das suas receitas de bilheteira e não de apoios públicos”, a PróToiro refere que o número de pessoas nas bancadas das praças de touro “tem aumentado desde há dois anos”, com “cerca de 30% dos municípios” a realizarem anualmente corridas e um total de 440 mil espectadores nas touradas.

Uma realidade bem diferente daquela relatada anteriormente ao PÚBLICO por Sérgio Caetano. Na altura do anúncio da demolição da praça da Póvoa de Varzim, o coordenador da Plataforma Basta de Touradas alertou para a “falsa ideia de que as touradas moviam milhares de pessoas e milhões de euros”, longe do “negócio falido que só sobrevive com os apoios das autarquias”.

Sérgio Caetano citou dados da Inspecção Geral Das Actividades Culturais (IGAC), que dizem que “já só 12% dos municípios” continuam com corridas.

Recorde-se que, tomada a decisão da demolição, está agora em curso o processo de abertura de concurso público. Ao PÚBLICO, Aires Pereira já tinha adiantado que “ficaria muito satisfeito” se o processo ficasse concluído até ao final do ano. A construção da empreitada tem um prazo de execução de 18 meses, com a autarquia a esperar que o novo espaço multiusos fique concluído em dois anos, ou seja, algures em 2022.

Texto editado por Ana Fernandes