Português preso preventivamente por suspeita de apoiar o Daesh

Suspeito que foi detido no domingo está radicado no Reino Unido há vários anos.

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fau fabio augusto

A Polícia Judiciária anunciou nesta segunda-feira que deteve um português, radicado no Reino Unido, que é suspeito “de ter prestado apoio a combatentes” do Daesh. A detenção ocorreu na madrugada de domingo na zona de Lisboa, no âmbito de uma busca domiciliária à residência onde o suspeito de crimes de terrorismo se encontrava. O homem de 40 anos foi presente esta segunda-feira a um juiz de instrução, que decretou a sua prisão preventiva.

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A Polícia Judiciária anunciou nesta segunda-feira que deteve um português, radicado no Reino Unido, que é suspeito “de ter prestado apoio a combatentes” do Daesh. A detenção ocorreu na madrugada de domingo na zona de Lisboa, no âmbito de uma busca domiciliária à residência onde o suspeito de crimes de terrorismo se encontrava. O homem de 40 anos foi presente esta segunda-feira a um juiz de instrução, que decretou a sua prisão preventiva.

As informações constam de um comunicado conjunto da Procuradoria-Geral da República e da Policia Judiciária. “Recorde-se que o cidadão ora arguido está radicado no Reino Unido há vários anos, sendo a partir de lá que desenvolveu diversas actividades em prol do Estado Islâmico [Daesh], nomeadamente como apoio e facilitador ao movimento de outros nacionais para os territórios do Iraque e do Norte da Síria”, lê-se na nota.

O PÚBLICO apurou que o português agora em prisão preventiva continuava a viver em Londres, vindo esporadicamente a Portugal. Segundo a revista Sábado trata-se de o mais velho de três irmãos, que em 2013 se juntaram ao autoproclamado Estado Islâmico. Os dois mais novos terão viajado em 2014 para a Síria para se juntarem aos combatentes daquela organização terrorista. 

A investigação que corre em Portugal centra-se nesta célula terrorista, não se sabendo exactamente o que aconteceu aos outros elementos do grupo que, fonte policial, admite poderem já não estar vivos. 

A investigação, adianta o comunicado conjunto, vai continuar e centra-se “essencialmente” nos “residentes em território nacional”. Os casos dos nacionais na diáspora serão “tratados diferentemente e em sede própria”, remata o comunicado.

Este não é o único caso que corre na Justiça portuguesa contra suspeitos de terem ligações ao Daesh. Em Abril passado, um marroquino de 65 anos começou a ser julgado no Campus da Justiça, em Lisboa, por suspeitas de terrorismo. Trata-se de Abdesselam Tazi, que entrou em Portugal, em 2013. 

O sexagenário partilhava o alojamento com um compatriota, entretanto preso em França, também por terrorismo, Hicham El Hanafi, e incriminado pela própria família. Um irmão seu garante que Hanafi chegou a receber treino militar na Síria, tendo regressado a Portugal para recrutar adeptos. Essa seria também, segundo o mesmo denunciante, uma das principais missões de Tazi, que terá radicalizado vários marroquinos que conheceu no Centro Português de Refugiados, na Bobadela.

O arguido desmente tudo e diz que está a ser perseguido por se ter recusado a entrar num negócio de tráfico de haxixe. Por que razão um refugiado que recebia do Estado português um subsídio que nem sempre chegava aos 200 euros mensais viajava pelo Brasil, pela Guatemala e por tantas outras paragens? – quiseram saber os juízes, no primeiro dia de julgamento.

Tazi respondeu que tudo fazia parte de um esquema de utilização fraudulenta de cartões de crédito a que recorreu ao longo de vários anos para se sustentar. Com identidades falsas que chegava a comprar nestes países abria contas bancárias em países em que isso desse facilidade de acesso a cartões de crédito, como a Alemanha, descreveu, para depois comprar telemóveis ou sapatos que revendia em Marrocos. Objectivo: abrir uma boutique em Portugal.