Governo saudita não vai executar rapaz que se manifestou aos dez anos e foi detido

Oficial do governo da Arábia Saudita revelou que a execução de Murtaja Qureiris, detido desde os 13 anos e hoje com 18, não irá acontecer.

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Murtaja Qureiris DR

O jovem da comunidade muçulmana xiita da Arábia Saudita, que foi preso aos 13 anos de idade, não vai sercexecutado, podendo ser libertado até 2022, disse fonte oficial da autoridade saudita à Reuters, sábado, após relatos de que a execução de Murtaja Qureiris estaria​ pendente.

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O jovem da comunidade muçulmana xiita da Arábia Saudita, que foi preso aos 13 anos de idade, não vai sercexecutado, podendo ser libertado até 2022, disse fonte oficial da autoridade saudita à Reuters, sábado, após relatos de que a execução de Murtaja Qureiris estaria​ pendente.

Murtaja Qureiris, detido em Setembro de 2014, recebeu uma sentença inicial de 12 anos e quatro meses de pena suspensa por se tratar de um menor, explicou o oficial, que preferiu manter o anonimato. Aos dez anos, tinha participado numa manifestação contra o regime.

“Ele não será executado”, garantiu o representante do governo saudita em declarações à Reuters já citadas pelas CNN e Al Jazeera.

Grupos de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional, denunciaram este mês que o promotor público saudita pediu a pena de morte para Qureiris por uma série de delitos, alguns dos quais dizem que datam quando tinha apenas dez anos de idade.

O funcionário saudita disse ainda que Qureiris fabricou e usou coquetéis Molotov numa série de ataques contra a polícia e uma farmácia, na qual o jovem também recorreu a armas de fogo, depois de ter sido recrutado por uma célula terrorista.

Este funcionário acrescentou que Qureiris atacou um veículo diplomático alemão na região de Qatif em Janeiro de 2014. Ninguém ficou ferido naquele incidente, mas o carro foi incendiado.

Riade está sob crescente observação internacional desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em Outubro passado, e da detenção de activistas dos direitos das mulheres que ainda estão em julgamento.

O governo da Áustria disse, na quarta-feira, que pretende encerrar um centro de diálogo religioso financiado pela Arábia Saudita em Viena, depois de o Parlamento ter tentado impedir a possível execução de Qureiris.

Em Abril, o reino governado pelos sunitas decapitou 37 homens por crimes de terrorismo. O responsável da ONU pelos direitos humanos disse que a maioria é xiita, indivíduos que podem não ter tido julgamentos justos. Pelo menos três dos mortos eram menores quando sentenciados.

A Amnistia disse ainda, em comunicado, que o Qureiris foi mantido peso, numa solitária, após a detenção e submetido a violência e intimidação durante o interrogatório. As autoridades sauditas negam alegações de tortura e dizem que não têm presos políticos.

A Província Oriental de maioria xiita, de onde é originário Qureiris, tornou-se um ponto fulcral de agitação no início de 2011, com manifestações pedindo o fim da discriminação e de reformas na monarquia conservadora.

A Arábia Saudita nega discriminar os xiitas e defende que alguns protestos e ataques de manifestantes xiitas foram instigados por Teerão, embora os activistas locais afirmem que isso não é verdade.

O medo de confrontos na região aumentou após os ataques a dois petroleiros, na quinta-feira, no Golfo de Omã, que os Estados Unidos atribuíram ao Irão. Teerão negou qualquer papel nas greves ao sul do Estreito de Ormuz, uma importante rota de trânsito para o petróleo.