Marcelo coroado rei na Costa do Marfim. Rei amor
O Presidente da República gostou do nome. “Em Portugal dizem que eu sou o Presidente dos sentimentos, das emoções, dos afectos, da proximidade das pessoas”, referiu, num discurso de agradecimento, em francês.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi esta sexta-feira nomeado Apôh, que significa amor, recebeu as vestes e a coroa de chefe tradicional da Costa do Marfim, o que considerou uma honra.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi esta sexta-feira nomeado Apôh, que significa amor, recebeu as vestes e a coroa de chefe tradicional da Costa do Marfim, o que considerou uma honra.
Nesta cerimónia na sede do Distrito Autónomo de Abidjan, já sem a coroa, o pano, as sandálias, o colar e o bastão de chefe tradicional, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão, no entanto, de se declarar “muito contente de ser Presidente da República e não rei”.
“Seria muito pesado para um republicano ser rei. Muito, muito pesado”, acrescentou.
Antes, o governador Robert Beugre Mambe entregou-lhe a chave e o diploma de cidadão honorário do distrito de Abidjan, os símbolos de chefe tradicional e comunicou-lhe o seu novo nome, Apôh, explicando que “quer dizer amor, caridade, devoção, consenso, encontro”.
Robert Beugre Mambe considerou que se ajusta ao percurso e à personalidade de Marcelo Rebelo de Sousa, “um homem de direito, um homem de comunicação, um homem de Estado, com amor profundo pelo seu país”, que “sabe falar com todos” dentro e fora de Portugal, “um homem de paz”.
O Presidente da República gostou do nome. “Em Portugal dizem que eu sou o Presidente dos sentimentos, das emoções, dos afectos, da proximidade das pessoas”, referiu, num discurso de agradecimento, em francês.
Marcelo Rebelo de Sousa assegurou que não só ele, mas “todos os portugueses e as portuguesas são assim”, e defendeu que “todos os cidadãos do mundo deveriam ser assim” e “saber compreender os outros”.
Chuva não trava Presidente
Mais tarde, o Presidente da República visitou um centro de tratamento de lixo construído e operado pela Mota-Engil, em Abidjan, que apontou como um “uma infraestrutura essencial” e “um exemplo de confiança” entre portugueses e costa-marfinenses.
Durante esta visita, começou a chover com cada vez mais força, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa percorria um espaço exterior onde se alinhavam dezenas de trabalhadores costa-marfinenses. Alguns chapéus-de-chuva foram distribuídos, mas eram insuficientes.
Apesar da chuva, o chefe de Estado fez questão de cumprimentar, um por um, os trabalhadores, que lhe batiam palmas. A meio do percurso, tentaram que entrasse no carro, o que recusou, prosseguindo até ao final da longa fila.
Só mais à frente havia um pavilhão - com camiões que levam o lixo recolhido de dois terços da cidade de Abidjan, até 2.600 toneladas por dia, para um aterro -, onde o chefe de Estado e toda a sua comitiva, deputados, empresários e autoridades locais entraram, encharcados.
O vice-presidente da Costa do Marfim, Daniel Kablan Duncan, o presidente da Mota-Engil, António Mota, e o ex-ministro Paulo Portas, membro do conselho consultivo desta empresa, acompanharam a visita de Marcelo Rebelo de Sousa, que salientou a cooperação entre portugueses e costa-marfinenses neste centro de tratamento de resíduos.
“Juntos, mostraram que são capazes de encontrar as respostas necessárias pelo bem-estar da população. Parabéns”, afirmou o Presidente da República. “É uma infraestrutura essencial para a vida, para a saúde, para o futuro da comunidade”, acrescentou.