Dois dias de luto pela morte do primeiro autarca eleito do Porto

Cerimónias fúnebres de Aureliano Veloso decorrem esta tarde em Matosinhos. Presidente da República elogia a sua verticalidade e caracter.

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Aureliano Veloso, numa recepção aos reis de Espanha na Câmara do Porto, em Maio de 1978 Fernando Baião/Lusa

O autarca Rui Moreira decretou esta quinta-feira dois dias de luto municipal pela morte de Aureliano Veloso, primeiro presidente da Câmara do Porto democraticamente eleito. A morte do antigo edil foi tornada pública na noite de quarta-feira quando decorria uma reunião da Assembleia Municipal do Porto. Por proposta do presidente deste órgão, Miguel Pereira Leite, foi-lhe dedicado, de imediato, um minuto de silêncio em sua memória.

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O autarca Rui Moreira decretou esta quinta-feira dois dias de luto municipal pela morte de Aureliano Veloso, primeiro presidente da Câmara do Porto democraticamente eleito. A morte do antigo edil foi tornada pública na noite de quarta-feira quando decorria uma reunião da Assembleia Municipal do Porto. Por proposta do presidente deste órgão, Miguel Pereira Leite, foi-lhe dedicado, de imediato, um minuto de silêncio em sua memória.

As cerimónias fúnebres de Aureliano Veloso, irmão do general Pires Veloso, antigo comandante da Região Militar do Norte e candidato à presidência da República, em 1980 - e pai do músico Rui Veloso, decorrem esta tarde, em Matosinhos. De manhã, também o Presidente da República lamentou a morte de Aureliano Veloso, sublinhando a sua dedicação à causa pública e o seu “contributo decisivo” para a afirmação do poder local.

“Figura destacada na vida cívica e política do Norte do país, Aureliano Veloso deu um contributo decisivo para a afirmação e consolidação do nosso poder local”, refere Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada na página electrónica oficial da Presidência da República. Destacando a sua “verticalidade de carácter” e as suas qualidades “pessoais e profissionais”, Marcelo Rebelo de Sousa diz que Aureliano Veloso “será recordado como um democrata e como um homem de princípios e valores, e como um cidadão empenhado, de forma exemplar, no serviço à causa pública e ao bem comum”.

Aureliano Veloso, que morreu na quarta-feira aos 95 anos, foi eleito como independente pelo Partido Socialista, após o 25 de Abril, tendo governado o concelho entre 1977 e 1979, num período de afirmação do poder local democraticamente eleito. Governou sem maioria uma câmara que tinha também eleitos da APU (antecessora da CDU) e do PPD e do CDS. Em 2011, foi agraciado com a Medalha Municipal de Honra da cidade do Porto.

Nascido na freguesia de Folgosinho, em Gouveia, em 25 de Fevereiro de 1924, Aureliano Capelo Pires Veloso, licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em 1949.

Num comunicado emitido ao início da noite de quarta-feira, a Federação Distrital do Porto do Partido Socialista expressou “um enorme pesar face à notícia do falecimento” do antigo autarca. “O engenheiro Aureliano Veloso é uma figura de um enorme relevo na vida cívica da cidade do Porto. Liderando a lista do Partido Socialista, foi o primeiro presidente eleito após o 25 de abril, sendo uma referência para todos os socialistas do Porto”, afirma o presidente da distrital do PS, numa nota enviada às redacções.

Manuel Pizarro destaca que, “embora o Engenheiro Aureliano não seja natural do Porto, radicou-se na nossa cidade ainda muito jovem, manifestando sempre um enorme apego aos valores da Invicta. Também por isso, o Porto não o esquecerá”, afirma, na nota de pesar da distrital. “No Partido Socialista, Aureliano Veloso será sempre recordado pela dedicação e afectividade que entregou à cidade do Porto”, conclui Manuel Pizarro.

Esta quinta-feira, também o presidente do PSD, Rui Rio, homenageou também Aureliano Veloso. Rio autarca do Porto entre 2002 e 2013, lembrou, no Twitter, o seu antecessor como "um homem sério e bem-intencionado” com quem teve “o gosto de privar” enquanto presidente da Câmara do Porto.