Quatro funcionários do Pingo Doce detidos por suspeitas de corrupção

Os suspeitos foram suspensos pela empresa. PJ apreendeu 400 mil euros em dinheiro e automóveis de alta cilindrada.

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Plataforma logística do Pingo Doce, na Azambuja, foi alvo de buscas pela PJ Andreia Carvalho/arquivo

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou nesta quarta-feira que a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) deteve quatro pessoas suspeitas da prática de crimes de corrupção passiva e activa, no sector privado, e branqueamento de capitais, no âmbito da Operação Rappel.

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A Polícia Judiciária (PJ) anunciou nesta quarta-feira que a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) deteve quatro pessoas suspeitas da prática de crimes de corrupção passiva e activa, no sector privado, e branqueamento de capitais, no âmbito da Operação Rappel.

Os detidos são três homens e uma mulher com idades compreendidas entre os 40 e os 65 anos de idade, altos funcionários do Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, confirmou o PÚBLICO junto da empresa, que fez a denúncia às autoridades. Há ainda mais dez pessoas constituídas arguidas. Os crimes em causa terão lesado a própria empresa e estarão relacionados com um esquema de escolha de fornecedores dos supermercados.

Segundo comunicado, a UNCC da PJ fez 18 buscas na zona da Grande Lisboa, onde apreendeu “várias viaturas de gama alta, documentos, material informático, outro material relacionado com a prática da actividade criminosa e ainda cerca de 400 mil euros” em dinheiro.

Por sua vez, o Pingo Doce confirmou ao PÚBLICO que a operação da PJ decorreu na “plataforma logística da Azambuja” do grupo de supermercados. “As alegadas práticas terão sido levadas a cabo em benefício próprio dos autores e em grave prejuízo da empresa”. O Pingo Doce decidiu, no imediato, a “suspensão de cinco colaboradores presumivelmente implicados” no processo e mostra-se “inteiramente disponível para continuar a colaborar com as autoridades no apuramento dos factos”.

Os quatro detidos serão encaminhados “às autoridades judiciárias competentes para interrogatório e aplicação de medidas de coacção”. A investigação deste caso decorre no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Loures para “determinar todas as condutas criminosas e o seu alcance”.