Constâncio tinha os dados todos para travar Berardo no BCP
Antes de autorizar José Berardo a aumentar a sua posição no BCP, a administração do BdP, chefiada por Vítor Constâncio, sabia que o crédito da CGD que o empresário ia usar para financiar o investimento era especulativo. E que o investidor não tinha capacidade financeira para ser um accionista qualificado da instituição.
Após dois meses em análise nos serviços do Banco de Portugal (BdP), o então governador do supervisor bancário, Vítor Constâncio, teve acesso, ainda no Verão de 2007, ao documento com a informação completa sobre o pedido de José Berardo de compra de uma posição até 9,99% do maior banco privado português, o BCP, onde, na altura, já possuía 3,88%. Apesar de Constâncio ter vindo dizer que não esteve no conselho de administração que autorizou a operação, o documento que lhe foi disponibilizado continha os detalhes e a descrição da forma como Berardo pretendia financiar o investimento no BCP, ou seja, totalmente financiado pela Caixa, em 350 milhões de euros, sem dar garantias reais sólidas, mas com promessa de penhora das acções (títulos especulativos) a adquirir.
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Após dois meses em análise nos serviços do Banco de Portugal (BdP), o então governador do supervisor bancário, Vítor Constâncio, teve acesso, ainda no Verão de 2007, ao documento com a informação completa sobre o pedido de José Berardo de compra de uma posição até 9,99% do maior banco privado português, o BCP, onde, na altura, já possuía 3,88%. Apesar de Constâncio ter vindo dizer que não esteve no conselho de administração que autorizou a operação, o documento que lhe foi disponibilizado continha os detalhes e a descrição da forma como Berardo pretendia financiar o investimento no BCP, ou seja, totalmente financiado pela Caixa, em 350 milhões de euros, sem dar garantias reais sólidas, mas com promessa de penhora das acções (títulos especulativos) a adquirir.