Uma centena despiu-se em protesto contra censura de mamilos femininos nas redes sociais
Manifestantes concentraram-se frente à sede da empresa em Nova Iorque. Performance artística foi registada pelo fotógrafo norte-americano Spencer Tunick.
A sede do Facebook em Nova Iorque assistiu a um cenário invulgar no dia 2 de Junho: pouco passavam das cinco da manhã quando mais de uma centena de pessoas, totalmente despidas, se concentrou à porta do edifício da empresa, em protesto com as directrizes da rede social relativas à nudez. O registo da performance artística foi da responsabilidade de Spencer Tunick, fotógrafo norte-americano conhecido pelas fotografias que tira a multidões sem roupa.
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A sede do Facebook em Nova Iorque assistiu a um cenário invulgar no dia 2 de Junho: pouco passavam das cinco da manhã quando mais de uma centena de pessoas, totalmente despidas, se concentrou à porta do edifício da empresa, em protesto com as directrizes da rede social relativas à nudez. O registo da performance artística foi da responsabilidade de Spencer Tunick, fotógrafo norte-americano conhecido pelas fotografias que tira a multidões sem roupa.
Os manifestantes deitaram-se no chão com imagens de mamilos masculinos a taparem as partes íntimas. Este projecto teve como objectivo criticar as directrizes adoptadas pelo Facebook — que, para além da rede social com o mesmo nome, também detém o Instagram — relativamente a publicações que contenham nudez. Mamilos masculinos são permitidos, os femininos são censurados — salvo raras excepções, que explicaremos mais adiante.
A acção que teve lugar em Manhattan está integrada no movimento #FreeTheNipple (Liberta o mamilo, em português), que promove acções de protesto contra as directrizes que regem estas redes sociais. A Coligação Nacional Contra a Censura — que congrega 50 organizações norte-americanas sem fins lucrativos — também se aliou ao protesto, que contou ainda com a participação do grupo feminino Grab Them By the Ballot.
Vários artistas também fizeram questão de se juntar a esta causa, alegando falta de liberdade nos seus trabalhos. “[O Instagram] está a apagar trabalhos artísticos e contas onde os próprios artistas estão a utilizar técnicas de autocensura para tornarem os seus trabalhos publicáveis. Mais ainda: é simplesmente mesquinho, doloroso e desnecessário autorizarem mamilos masculinos e não os mamilos femininos nesta plataforma”, lamentou Spencer Tunick, citado pela CNET.
Na página de directrizes defendidas pelo Facebook, a empresa afirma que, apesar de restringir a maioria das imagens dos seios femininos que exponham o mamilo, as fotografias que demonstram “actos de protesto, amamentação e fotos de cicatrizes pós-masectomia” não são alvo de censura. No Instagram, as regras são as mesmas.
O protesto durou cerca de meia hora. Às 5h45, os manifestantes desmobilizaram. Citado pelo CNET, um porta-voz do Facebook garantiu que a plataforma está em conversações com a Coligação Nacional Contra a Censura. Fonte do grupo diz que o diálogo é motivo para “alguma esperança”, acreditando que, num futuro próximo, possam ser anunciados “progressos”.