Constâncio omitiu ao Parlamento que autorizou Berardo a levantar 350 milhões da CGD
O crédito de 350 milhões de euros dado em 2007 pelo banco público ao investidor José Berardo, para investir na luta de poder dentro do BCP, não possuía, numa primeira fase, garantias reais, mas a promessa de penhora de acções. A operação foi aprovada em Conselho de Administração do Banco de Portugal, conforme consta da documentação a que o PUBLICO teve acesso.
O ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, omitiu aos deputados portugueses que, em 2007, enquanto governador do Banco de Portugal (BdP), autorizou José Berardo a ir levantar 350 milhões de euros junto da CGD, para comprar acções do banco rival, o BCP. O dado coloca em causa o depoimento de 28 de Março deste ano, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), onde o ex-governador se pronunciou nestes termos: “Como é óbvio”, por “ser impossível”, o BdP não podia saber que a CGD ia financiar Berardo, antes de o crédito ser dado.