Tribunal da Relação mantém Rui Pinto em prisão preventiva
O denunciante português da Football Leaks está detido desde Março. Recurso de libertação foi negado.
O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) decidiu esta quinta-feira manter em prisão preventiva o português Rui Pinto, colaborador do Football Leaks, negando assim provimento ao recurso apresentado pela defesa do arguido.
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O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) decidiu esta quinta-feira manter em prisão preventiva o português Rui Pinto, colaborador do Football Leaks, negando assim provimento ao recurso apresentado pela defesa do arguido.
“Face aos factos fortemente indiciados no processo e correspondentes crimes e havendo, caso fosse libertado, concretos perigos de fuga, de continuação da actividade criminosa e de perturbação do decurso do inquérito, só a medida detentiva aplicada revela ser a adequada”, explicou à agência Lusa fonte do TRL.
O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, outra instituição judicial a tratar deste caso, negou em Maio um pedido da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e da UEFA para se tornarem assistentes no caso.
Entidades europeias já confirmaram que Rui Pinto colabora com autoridades de outros países como denunciante, nomeadamente França e Bélgica. O Parlamento Europeu admite punir quem persegue whistleblowers.
Em prisão preventiva desde 22 de Março, Rui Pinto, de 30 anos, foi detido na Hungria a 16 de Janeiro e entregue às autoridades portuguesas, em Março, com base num mandado de detenção europeu, estando indiciado pela prática de quatro crimes: acesso ilegítimo, violação de segredo, ofensa à pessoa colectiva e extorsão na forma tentada.
Na base do mandado estão acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento Doyen Sports e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de futebolistas do clube lisboeta e do então treinador Jorge Jesus, além de outros contratos celebrados entre a Doyen e vários clubes de futebol.
O colaborador do Football Leaks terá entrado, em Setembro de 2015, no sistema informático da Doyen Sports, com sede em Malta, e é também suspeito de aceder ao endereço de correio electrónico de membros do Conselho de Administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD “leonina”.
No período em que esteve detido na Hungria, Rui Pinto assumiu ser uma das fontes do Football Leaks, plataforma digital que tem denunciado casos de corrupção e fraude fiscal no universo do futebol, no âmbito dos quais estava a colaborar com autoridades de outros países, nomeadamente, França e Bélgica.